A seleção nacional jogou muito melhor sem Ronaldo


Foi o dia para a noite. Pode ter sido só uma coincidência. Mas também pode ter sido resultado de uma maior coesão da equipa. Para azar de Ronaldo – e sorte dos portugueses –, o jogador que atuou na sua posição marcou três golos, um dos quais um remate fantástico.


Depois da controvérsia saída no jogo de sexta-feira frente à Coreia do Sul, em que usou o melhor vernáculo para mostrar o desagrado com a sua substituição, Cristiano Ronaldo começou o jogo de ontem contra a Suíça no banco de suplentes. Fernando Santos já tinha dito que não gostou nada do desabafo do jogador.

Tratou-se de algo inédito num desafio desta importância, dado o palmarés e estatuto do goleador. Mas na verdade esta opção até poderia ter aparecido mais cedo. Dada a sua idade e a fase da carreira que atravessa, provavelmente Ronaldo seria um jogador mais eficaz entrando, como entrou ontem, numa fase mais adiantada do jogo, quando os adversários começam a denotar desgaste.

Começar o jogo no banco podia ser uma opção do selecionador, em vez de um castigo.

Mas claro, havia recordes pessoais para quebrar, além de outras questões, como mostrar que, no braço-de-ferro entre Ronaldo e o treinador do Manchester United, era o jogador português quem tinha razão. Muitos esperavam esfregar na cara do treinador Erik ten Hag, com quem Ronaldo se incompatibilizou, as proezas do avançado português e mostrar-lhe o que tinha desperdiçado… Nesse sentido, quanto mais tempo Ronaldo estivesse em campo, mais tempo teria para provar o seu valor.

Na fase de grupos, porém, Ronaldo não teve uma prestação brilhante. Longe disso. Ele, que é um marcador nato, um ‘matador’, marcou apenas um golo, e de penálti (duvidoso, aliás). Em comparação com outros, como o seu eterno rival Messi, ou Mbappé, ficou a anos-luz.

Ontem Ronaldo não entrou de início e a seleção nacional jogou como ainda não tinha jogado, criando oportunidades sucessivas, dando poucas hipóteses ao adversário e marcando seis golos. Foi o dia para a noite. Pode ter sido só uma coincidência. Mas também pode ter sido resultado de uma maior coesão da equipa. Para azar de Ronaldo – e sorte dos portugueses –, o jogador que atuou na sua posição marcou três golos, um dos quais um remate fantástico. Resumindo: Portugal jogou muito melhor sem Ronaldo, como aliás já tínhamos sentido noutras ocasiões.

Há pessoas que ficam ofuscadas com o brilho das estrelas, mas não são os nomes nas camisolas que ganham jogos, como se viu também no Espanha-Marrocos. Ontem ficou demonstrado aquilo que muitos esquecem: o futebol é um jogo coletivo. E o nosso coletivo é mais forte sem Ronaldo.

A seleção nacional jogou muito melhor sem Ronaldo


Foi o dia para a noite. Pode ter sido só uma coincidência. Mas também pode ter sido resultado de uma maior coesão da equipa. Para azar de Ronaldo – e sorte dos portugueses –, o jogador que atuou na sua posição marcou três golos, um dos quais um remate fantástico.


Depois da controvérsia saída no jogo de sexta-feira frente à Coreia do Sul, em que usou o melhor vernáculo para mostrar o desagrado com a sua substituição, Cristiano Ronaldo começou o jogo de ontem contra a Suíça no banco de suplentes. Fernando Santos já tinha dito que não gostou nada do desabafo do jogador.

Tratou-se de algo inédito num desafio desta importância, dado o palmarés e estatuto do goleador. Mas na verdade esta opção até poderia ter aparecido mais cedo. Dada a sua idade e a fase da carreira que atravessa, provavelmente Ronaldo seria um jogador mais eficaz entrando, como entrou ontem, numa fase mais adiantada do jogo, quando os adversários começam a denotar desgaste.

Começar o jogo no banco podia ser uma opção do selecionador, em vez de um castigo.

Mas claro, havia recordes pessoais para quebrar, além de outras questões, como mostrar que, no braço-de-ferro entre Ronaldo e o treinador do Manchester United, era o jogador português quem tinha razão. Muitos esperavam esfregar na cara do treinador Erik ten Hag, com quem Ronaldo se incompatibilizou, as proezas do avançado português e mostrar-lhe o que tinha desperdiçado… Nesse sentido, quanto mais tempo Ronaldo estivesse em campo, mais tempo teria para provar o seu valor.

Na fase de grupos, porém, Ronaldo não teve uma prestação brilhante. Longe disso. Ele, que é um marcador nato, um ‘matador’, marcou apenas um golo, e de penálti (duvidoso, aliás). Em comparação com outros, como o seu eterno rival Messi, ou Mbappé, ficou a anos-luz.

Ontem Ronaldo não entrou de início e a seleção nacional jogou como ainda não tinha jogado, criando oportunidades sucessivas, dando poucas hipóteses ao adversário e marcando seis golos. Foi o dia para a noite. Pode ter sido só uma coincidência. Mas também pode ter sido resultado de uma maior coesão da equipa. Para azar de Ronaldo – e sorte dos portugueses –, o jogador que atuou na sua posição marcou três golos, um dos quais um remate fantástico. Resumindo: Portugal jogou muito melhor sem Ronaldo, como aliás já tínhamos sentido noutras ocasiões.

Há pessoas que ficam ofuscadas com o brilho das estrelas, mas não são os nomes nas camisolas que ganham jogos, como se viu também no Espanha-Marrocos. Ontem ficou demonstrado aquilo que muitos esquecem: o futebol é um jogo coletivo. E o nosso coletivo é mais forte sem Ronaldo.