Especialistas avisaram esta sexta-feira, no Dia Europeu para a Proteção das Crianças contra a Exploração Sexual e o Abuso Sexual que uma criança vítima de abuso sexual é sujeita a recontar a sua história, no mínimo, oito vezes, o que resulta numa "revitimização absolutamente inaceitável", e traz consequências "gravíssimas" para a minoria que denuncia.
O tema foi esta manhã debatido na Assembleia da República, onde especialistas lembraram que, em média, uma em cada cinco crianças é ou foi vítima de abusos sexuais.
Além disso, foi denunciado o facto de as crianças e jovens serem vítimas do próprio sistema, desde as escolas, às polícias, até aos meios de investigação e aos tribunais, uma vez que são obrigadas a contar várias vezes a situação traumática pela qual passaram.
De acordo com Maria João Fernandes, vice-presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ) "está também comprovado que as crianças vítimas de abusos sexuais têm de contar a sua história oito vezes".
"Isto é uma revitimização daquela criança que é absolutamente inaceitável e, por isso, todos os mecanismos que consigamos adotar e desenvolver são muito bem-vindos", concluiu.