40 mil polícias não podem ser confundidos com 600


As forças de segurança são o espelho da sociedade e é natural que existam anormais racistas e abusadores sexuais, mas daí a concluir que são todos iguais vai toda a distância do mundo.


Há longos anos que cubro a área policial com algum interesse, pois devo ter feito largas centenas de notícias nos últimos 30 anos sobre o assunto. Conheci esquadras quase como cantinas, tantas eram as vezes que as frequentava para falar com responsáveis policiais, acompanhar operações especiais ou para almoçar com chefias e agentes. Ainda me lembro de quando comecei, no tempo em que apareceram os primeiros oficiais da Escola Superior de Polícia, de em algumas divisões os comandantes serem homens de outro tempo, que até limpavam as unhas à mesa com bagaço. Muito mudou a PSP e a GNR durante este tempo, para melhor, diga-se, apesar de ambas as instituições terem tido grandes homens à sua frente, como era o caso de Vasco Durão, o mítico comandante de Lisboa da PSP ou de Leonel Carvalho na GNR.

Vem esta conversa a propósito das notícias divulgadas por um consórcio de jornalistas que tiveram acesso a conversas nas redes sociais de grupos privados de agentes da PSP, guardas da GNR e inspetores do SEF, onde são notórias as tendências racistas e xenófobas e onde há afirmações altamente preocupantes, como a instigação a violações e a “necessidade de matar alguns” para mudar alguma coisa. Não duvido um segundo do noticiado, apesar de nenhum de nós gostar que violassem os nossos grupos de WhatsApp ou correspondência – nem quero imaginar o que se diria se isso acontecesse – mas querer fazer das três instituições um gangue de malfeitores não faz qualquer sentido. As forças de segurança são o espelho da sociedade e é natural que existam anormais racistas e abusadores sexuais, mas daí a concluir que são todos iguais vai toda a distância do mundo.

Resta às autoridades judiciais, nomeadamente a PGR, investigarem e descobrirem os eventuais racistas, pois as forças de autoridade não podem ter agentes que atuam de acordo com a pele dos cidadãos. Isso é claro, mas não faz qualquer sentido entrar numa histeria coletiva contra os mais de 40 mil homens que garantem a nossa segurança.

40 mil polícias não podem ser confundidos com 600


As forças de segurança são o espelho da sociedade e é natural que existam anormais racistas e abusadores sexuais, mas daí a concluir que são todos iguais vai toda a distância do mundo.


Há longos anos que cubro a área policial com algum interesse, pois devo ter feito largas centenas de notícias nos últimos 30 anos sobre o assunto. Conheci esquadras quase como cantinas, tantas eram as vezes que as frequentava para falar com responsáveis policiais, acompanhar operações especiais ou para almoçar com chefias e agentes. Ainda me lembro de quando comecei, no tempo em que apareceram os primeiros oficiais da Escola Superior de Polícia, de em algumas divisões os comandantes serem homens de outro tempo, que até limpavam as unhas à mesa com bagaço. Muito mudou a PSP e a GNR durante este tempo, para melhor, diga-se, apesar de ambas as instituições terem tido grandes homens à sua frente, como era o caso de Vasco Durão, o mítico comandante de Lisboa da PSP ou de Leonel Carvalho na GNR.

Vem esta conversa a propósito das notícias divulgadas por um consórcio de jornalistas que tiveram acesso a conversas nas redes sociais de grupos privados de agentes da PSP, guardas da GNR e inspetores do SEF, onde são notórias as tendências racistas e xenófobas e onde há afirmações altamente preocupantes, como a instigação a violações e a “necessidade de matar alguns” para mudar alguma coisa. Não duvido um segundo do noticiado, apesar de nenhum de nós gostar que violassem os nossos grupos de WhatsApp ou correspondência – nem quero imaginar o que se diria se isso acontecesse – mas querer fazer das três instituições um gangue de malfeitores não faz qualquer sentido. As forças de segurança são o espelho da sociedade e é natural que existam anormais racistas e abusadores sexuais, mas daí a concluir que são todos iguais vai toda a distância do mundo.

Resta às autoridades judiciais, nomeadamente a PGR, investigarem e descobrirem os eventuais racistas, pois as forças de autoridade não podem ter agentes que atuam de acordo com a pele dos cidadãos. Isso é claro, mas não faz qualquer sentido entrar numa histeria coletiva contra os mais de 40 mil homens que garantem a nossa segurança.