Uma vénia aos manifestantes russos e iranianos


As imagens que nos chegam do Irão também merecem o meu respeito e admiração, pois os milhares que se manifestam nas ruas, com alguns exageros, é certo, sabem também que a prisão aguarda por eles. E prisão significa tortura, muitas das vezes até à morte.


O recrutamento de 300 mil voluntários à força que Putin ordenou parece estar a mexer seriamente com a população que estava habituada a ver a guerra na Ucrânia sentada no sofá. O melhor exemplo é dado pelo filho do porta-voz do Kremlin que caiu numa armadilha montada pela oposição do ditador vermelho. Nicolai Peskov, de 32 anos, recebeu uma chamada a convocá-lo para se apresentar, mas o filho de Dmitry Peskov, um sósia do antigo jogador polaco Boniek, puxou dos galões e disse que só ia se Putin o ordenasse pessoalmente, até porque não se enquadra na categoria de reservista. Independentemente de como esta história pessoal irá acabar, sabe-se que são muitos os russos que tentam abandonar o país, pois não querem ser enviados para a frente de combate. De carro, de avião ou de barco, são aos milhares os que procuram fugir – havendo relatos de cidadãos recambiados para trás nas fronteiras. Também uns tantos milhares têm-se manifestado na rua contra o agudizar do conflito, acabando muitos por serem presos e eventualmente enviados para a Sibéria. Admiro a coragem daqueles que conseguem enfrentar as forças de Putin, pois sabem perfeitamente o que os espera: agressões e prisão.

Mudando de país, as imagens que nos chegam do Irão também merecem o meu respeito e admiração, pois os milhares que se manifestam nas ruas, com alguns exageros, é certo, sabem também que a prisão aguarda por eles. E prisão significa tortura, muitas das vezes até à morte. E porque se mobilizam milhares de homens e mulheres, um pouco por todo o país? Porque estão solidários com Amjad Amini, uma rapariga que teve o azar de ter um pouco do cabelo à mostra, tendo sido presa pela polícia dos costumes, acabando por morrer, supostamente vítima de agressões brutais – fala-se mesmo que terá sido assassinada com tiros na cabeça. Oficialmente já morreram 30 pessoas, mas acredita-se que o número será muito superior. “Não ao lenço, não ao turbante, sim à liberdade e à igualdade”, gritam os manifestantes. Claro está que o regime, à semelhança de alguns cérebros lusitanos, alega que os EUA estão por detrás destas manifestações. Amjad Amini poderá ficar como um símbolo da liberdade do país dos aiatolas.

Uma vénia aos manifestantes russos e iranianos


As imagens que nos chegam do Irão também merecem o meu respeito e admiração, pois os milhares que se manifestam nas ruas, com alguns exageros, é certo, sabem também que a prisão aguarda por eles. E prisão significa tortura, muitas das vezes até à morte.


O recrutamento de 300 mil voluntários à força que Putin ordenou parece estar a mexer seriamente com a população que estava habituada a ver a guerra na Ucrânia sentada no sofá. O melhor exemplo é dado pelo filho do porta-voz do Kremlin que caiu numa armadilha montada pela oposição do ditador vermelho. Nicolai Peskov, de 32 anos, recebeu uma chamada a convocá-lo para se apresentar, mas o filho de Dmitry Peskov, um sósia do antigo jogador polaco Boniek, puxou dos galões e disse que só ia se Putin o ordenasse pessoalmente, até porque não se enquadra na categoria de reservista. Independentemente de como esta história pessoal irá acabar, sabe-se que são muitos os russos que tentam abandonar o país, pois não querem ser enviados para a frente de combate. De carro, de avião ou de barco, são aos milhares os que procuram fugir – havendo relatos de cidadãos recambiados para trás nas fronteiras. Também uns tantos milhares têm-se manifestado na rua contra o agudizar do conflito, acabando muitos por serem presos e eventualmente enviados para a Sibéria. Admiro a coragem daqueles que conseguem enfrentar as forças de Putin, pois sabem perfeitamente o que os espera: agressões e prisão.

Mudando de país, as imagens que nos chegam do Irão também merecem o meu respeito e admiração, pois os milhares que se manifestam nas ruas, com alguns exageros, é certo, sabem também que a prisão aguarda por eles. E prisão significa tortura, muitas das vezes até à morte. E porque se mobilizam milhares de homens e mulheres, um pouco por todo o país? Porque estão solidários com Amjad Amini, uma rapariga que teve o azar de ter um pouco do cabelo à mostra, tendo sido presa pela polícia dos costumes, acabando por morrer, supostamente vítima de agressões brutais – fala-se mesmo que terá sido assassinada com tiros na cabeça. Oficialmente já morreram 30 pessoas, mas acredita-se que o número será muito superior. “Não ao lenço, não ao turbante, sim à liberdade e à igualdade”, gritam os manifestantes. Claro está que o regime, à semelhança de alguns cérebros lusitanos, alega que os EUA estão por detrás destas manifestações. Amjad Amini poderá ficar como um símbolo da liberdade do país dos aiatolas.