A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) chamou a atenção para o facto de o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) não ter alterado o prazo de candidatura a um apoio de 500 mil euros para a alimentação animal, devido aos incêndios, apesar do novo diploma publicado em Diário da República. “Apesar do despacho da ministra relativo ao apoio aos agricultores afetados pelos incêndios, o portal do IFAP não atualizou o período para submissão candidaturas, o qual encerrou a 24 de agosto”, acusou a confederação.
Em causa está o apoio de 500 mil euros, para alimentação animal destinado aos agricultores afetados pelos incêndios em Portugal continental, mas que o período de candidaturas decorria entre os dias 17 e 24 de agosto e que não foi atualizado. A CAP diz ainda que pediu esclarecimentos ao IFAP que remeteu para “uma eventual segunda fase de candidaturas”.
Outros apoios
Ainda na semana passada, Maria do Céu Antunes, anunciou ainda a utilização de fundos para o desenvolvimento rural, no valor de 51 milhões de euros, a que acrescem sete milhões de euros do Orçamento do Estado para apoios a vários setores que irão “ser pagos até fim de dezembro”. Estes apoios, de acordo com a ministra da Agricultura, estão “distribuídos pela pecuária extensiva, ovinos e caprinos, o setor hortofrutícola – nomeadamente dando privilégio às organizações de produtores que estejam a fazer retiradas de mercado e a distribuí-las por quem precisa de alimentação –, depois para os secadores de cereais, milho e arroz porque têm custos acrescidos com a eletricidade e para as culturas vegetais”.
Maria do Céu Antunes afirmou que o Governo está a trabalhar “de forma muito rápida” para fazer face à situação. No entanto, em entrevista ao i, Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) defendeu que o problema da seca só se minimiza com pequenas charcas e pequenas barragens. “É necessário, face às condições climáticas que estamos a viver, que o país tenha uma ação para termos espalhados pelo país pequenas charcas, pequenas barragens que possam permitir a produção, não é para produzir mais”.
O responsável lembrou ainda que há 20 anos, quando se fazia uma barragem tinha como objetivo aumentar a capacidade produtiva porque havia água. “Hoje, se não existir essa estratégia, dentro de 20 a 30 anos, a maioria das regiões do país não vai ser capaz de produzir porque não têm água para isso”, referiu.