O Chega e o Iniciativa Liberal (IL) querem mais explicações por parte do ministro das Finanças em relação às ligações entre Fernando Medina e Sérgio Figueiredo, ex-diretor de informação que renunciou ao cargo de consultor das Finanças.
Para o partido liderado por André Ventura é preciso que sejam tornados “públicos todos os contratos existentes ou que existiram”, assim como avenças de prestação de serviços, entre a autarquia e “Sérgio Figueiredo ou familiares, ou empresas de que estes sejam titulares ou proprietários de facto”.
Este pedido surge depois de o semanário Novo ter noticiado que a Câmara Municipal de Lisboa, liderada por Fernando Medina, atribuiu um apoio de 350 mil euros a um evento organizado pelo filho de Sérgio Figueiredo, na altura diretor da TVI, de que o canal foi “media partner”.O partido já tinha apresentado uma denúncia à Inspeção-Geral de Finanças (IGF) sobre “a eventual troca de favores entre Medina e Sérgio Figueiredo”. E agora voltou a garantir que é preciso que “toda a verdade deste emaranhado estranho de relações seja definido e clarificado, em nome da transparência e da integridade do exercício de funções públicas”.
Também o Iniciativa Liberal defendeu que estas informações dos últimos dias “adicionam factos que comprovam a existência de uma teia de relações construída” entre Fernando Medina e Sérgio Figueiredo, “tornando absolutamente evidente a forma despudorada como se usa e abusa do dinheiro dos contribuintes”.
Recorde-se que Sérgio Figueiredo acabou por dar um passo atrás na nomeação para consultor de Medina, com quem, enquanto presidente da Câmara Municipal de Lisboa, já tinha feito negócios, e mesmo antes, na contratação de Medina para a estação de Queluz de Baixo.“Para mim chega! Sou a partir deste momento o ex-futuro consultor do ministro das Finanças”, disse num longo artigo de opinião publicado no Jornal de Negócios. “É lixado desistir. É a forma mais definitiva de dizermos que não vale a pena – e não vale a pena, porque não vale tudo”, continua, lamentando: “Ficou insuportável tanta agressividade e tamanha afronta, tantos insultos e insinuações”.
Em resposta, Fernando Medina disse lamentar “profundamente a decisão anunciada por Sérgio Figueiredo”, apesar de compreender “muito bem as razões que a motivaram”, conforme se poder ler num comunicado divulgado pelo Ministério das Finanças, que “lamenta não poder contar com o valioso contributo de Sérgio Figueiredo ao serviço do interesse público”.