O Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) denunciou este domingo e condenou “de forma veemente a nova escalada agressiva de Israel contra o povo palestino, e em particular contra Gaza”.
Recorde-se que o Estado de Israel voltou a bombardear em larga escala a Faixa de Gaza desde a última sexta-feira.
E, este domingo de manhã, o Ministério da Saúde palestino dava conta de 31 mortes, entre as quais as de seis crianças e quatro mulheres. Registavam-se ainda mais de 265 feridos, detalha o MPPM, acrescentando que “entre as muitas instalações civis atingidas pelos bombardeamentos israelitas encontra-se a Universidade Al-Quds, no Norte de Gaza. Também o campo de refugiados de Jabalia foi bombardeado na noite de sábado resultando na morte de várias crianças”.
“Não se pode deixar assinalar que a sinistra estratégia de ‘aparar a erva’, ou seja, ataques regulares de Israel à Faixa de Gaza, é agora posta em prática com intervalos cada vez menores”, lembra o movimento que acrescenta que é preciso recordar que “a cidade e região de Gaza (território onde vivem mais de 2 milhões de pessoas, na sua maioria refugiados oriundos de outras regiões da Palestina, numa área de 365 km2) estão sujeitas a um férreo bloqueio desde 2007, tornando-a na maior prisão a céu aberto do mundo”.
“Diversas personalidades e organizações internacionais (entre as quais o MPPM) têm vindo a alertar para a crise humanitária de Gaza, para a qual já se torna difícil encontrar palavras e que é ainda criminosamente agravada com sucessivas campanhas de bombardeamentos, como aquela a que agora assistimos. A título de exemplo, nos dias que antecederam estes novos bombardeamentos, o fornecimento de eletricidade em Gaza estava limitado a entre 5 e 8 horas diárias. Com estes ataques e as medidas punitivas associadas, as condições de vida tornam-se ainda mais penosas”, lê-se ainda na nota.
Por isso, o MPPM denuncia, mais uma vez, “a hipocrisia de governos e organizações que em palavras reconhecem a chamada solução dos dois Estados mas que não condenam os crimes de Israel, caucionando assim, com o seu silêncio cúmplice, o avanço diário da ocupação, colonização e limpeza étnica do povo palestino”.
E pede que sejam tomadas medidas “que impeçam Israel de praticar esses crimes ou que responsabilizem Israel pelos mesmos”. E acusa o Governo português: “Neste quadro, é particularmente censurável o silêncio do Governo português perante mais esta agressão de Israel contra a martirizada população palestina da Faixa de Gaza”.
E reclama do governo português que, no respeito da Constituição da República Portuguesa, do direito internacional e do direito internacional humanitário “condene inequivocamente os bombardeamentos e a escalada de violência das forças israelitas contra Gaza e contra o povo palestino em geral; exija do governo de Israel o respeito pelos direitos do povo palestino e o fim do bloqueio de Gaza, o fim dos colonatos, dos muros e de todas as práticas discriminatórias e violentas contra o povo palestino; exija o cumprimento da Carta e das resoluções das Nações Unidas a que o Estado de Israel se obrigou ao ser admitido na ONU” e ainda que reconheça “o Estado da Palestina, com Jerusalém Oriental como sua capital, conforme as resoluções das Nações Unidas e seguindo as recomendações aprovadas pela Assembleia da República e a prática de outros 138 Estados membros da ONU.
Entretanto, Israel aceitou este domingo uma trégua na Faixa de Gaza, na Palestina, proposta pelo Egito, disse uma fonte dos serviços de segurança egípcios à AFP, acrescentando que o Cairo aguarda agora a resposta palestina.
“Vai haver um anúncio de um acordo de cessar-fogo a entrar em vigor às 17h00 GMT, ou seja, às 20h, hora local. Neste momento, os ataques ainda estão a decorrer, tal como os lançamentos de foguetes”, referiu a repórter do canal com sede em Doha, no Qatar.