As sirenes soaram hoje em Israel dando início às cerimónias que todos os anos assinalam o Holocausto de seis milhões de judeus pelo regime nazi no poder na Alemanha desde 1932 até 1945.
Ao soar das sirenes, as pessoas pararam na rua assim como os automóveis. O genocídio dos judeus vai ser recordado ao longo do dia com cerimónias oficiais que incluem uma sessão especial no Parlamento israelita.
O Estado de Israel foi fundado em 1948 por judeus que abandonaram a Europa a seguir ao final da Segunda Guerra Mundial (1945) sendo que cerca de 165 mil sobreviventes do genocídio nazi vivem atualmente no país onde são reconhecidos como figuras históricas mas, cuja maioria, enfrenta situações de pobreza.
Hoje, o primeiro-ministro israelita Naftali Bennet prestou homenagem no Memorial Yad Vashem afirmando que o mundo tem de deixar de comparar o Holocausto a outros acontecimentos e factos históricos.
Naftali Bennet fazia referência aos recentes discursos dos chefes de Estado da Rússia e da Ucrânia que estabeleceram paralelos entre a atual guerra em território ucraniano e o genocídio durante a Segunda Guerra Mundial.
"Com o passar dos anos há cada vez mais discursos a nível mundial que comparam 'outras dificuldades' e acontecimentos com o Holocausto. Mas não é assim", afirmou Naftali Bennet.
"Nenhum outro acontecimento na História foi mais cruel assim como nada é comparável ao extermínio dos judeus pelos nazis e colaboracionistas na Europa", frisou o primeiro-ministro de Israel.
Naftali Bennet referiu-se também às "grandes diferenças" que estão atualmente a dividir Israel.
Este ano, o discurso do primeiro-ministro – num dos dias mais solenes do ano para Israel – ocorre numa altura em que Naftali Bennet é alvo de ameaças.
Na terça-feira, uma carta com ameaças de morte e com uma bala foi endereçada à família do chefe de governo de Israel, estando o assunto a ser investigado pelas autoridades.
"Irmãos e irmãs, nós não podemos permitir que a génese dos mesmos perigos, das fações, desmantelem Israel internamente", declarou Naftali Bennet.
Todos os anos, Israel recorda as vítimas do Holocausto exaltando os sobreviventes.
Os restaurantes e locais de entretenimento mantêm-se encerrados durante todo o dia, as estações de rádio transmitem música sóbria e as televisões incluem na programação documentários e emissões especiais sobre o Holocausto.
Trata-se da primeira vez desde o início da crise sanitária que o país assinala a data sem ser em contexto de confinamento.
A pandemia de SARS CoV-2 afetou em particular os sobreviventes do holocausto devido à idade avançada e a situações doenças associadas à terceira idade.