Vladimir Putin considerou esta terça-feira que as imagens e vídeos que mostram o massacre e destruição na cidade de Bucha são, tal como defende o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, "uma farsa".
O líder russo, depois de ter estado reunido com o presidente bielorusso, Alexander Lukashenko, pôs no mesmo nível as alegações das autoridades ucranianas de um massacre de civis na zona de Bucha com a 'encenação' do Ocidente de um ataque de armas químicas na Síria, com o objetivo de incriminar o Presidente sírio, Bashar al-Assad, escreve a agência TASS.
O líder da Síria também tinha classificado os vídeos que mostravam civis ucranianos mortos, e chocaram o mundo, como falsos. “Descobriu-se que era uma farsa. A mesma farsa está a acontecer em Bucha”, disse al-Assad, numa visita ao cosmódromo de Vostochny.
Para além disso, Vladimir Putin disse que Lukashenko lhe forneceu documentos que confirmam que a situação em Bucha não passou de uma "provocação", e que nesses documentos, que foram encaminhados para o Serviço de Segurança Federal (FSB, ex-KGB soviético, estão "as condições para a organização desta farsa", disse.
O chefe de estado russo, na mesma visita, voltou a repetir a versão russa daquilo que está a acontecer na Ucrânia, afirmando ser uma operação especial que visa proteger a Rússia e "salvar pessoas" de Donbass. "Foi a decisão certa", considerou, declarando, contudo, que a situação é "uma tragédia".
"O que está a acontecer na Ucrânia é uma tragédia, mas Alexander Lukashenko tem razão: não havia escolha. Simplesmente não havia escolha, a questão era quando é que [o conflito] começaria", confessou.