O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, disse que "infelizmente" ainda "não há condições de ter uma missão de paz na Ucrânia". Para que tal acontecesse, "seria fundamental" haver um cessar-fogo por parte da Rússia, e parar e iniciar a retirada na Ucrânia, no entanto este final parece estar ainda muito longe.
“Infelizmente, não estamos ainda em condições de ter uma missão de paz na Ucrânia. Seria fundamental termos um cessar-fogo e, para isso, é essencial que a Rússia aceite parar o ataque à Ucrânia e começar o processo de retirada”, explicou o ministro, que esteve reunido esta quarta-feira com os restantes homólogos dos países da NATO, sublinhando que aquele organismo não quer um conflito com a Rússia, embora esta tenha de ser "responsabilizada por tudo aquilo que tem feito e o que vier a fazer na Ucrânia”.
Não obstante, João Gomes Cravinho realçou que a NATO "não hesitará em responder se houver qualquer incursão ou ataque contra o seu território", notando "uma grande satisfação" do trabalho conjunto entre a União Europeia e a NATO.
Segundo o ministro, a Aliança Atlântica está a “começar a olhar para a postura de defesa e dissuasão a médio e longo prazo”, sendo que, na cimeira de Madrid, João Gomes Cravinho acredita que “serão adotadas novas orientações”, decorrentes da situação atual e "da necessidade de uma revisão do conceito estratégico”.
Desta forma, Gomes Cravinho defendeu que “a NATO do futuro tem de estar adaptada a todas as possibilidades”, no entanto, destacou que “é fundamental manter o sangue frio”, uma vez que é necessária uma visão "360" do conflito, porque a Rússia é um força capaz de destabilizar não só no leste da Europa, como também no continente africano.
Questionado sobre o próximo Governo e o Orçamento de Estado, o ministro disse que o reforço dos cofres da Defesa é uma “matéria que terá de ser considerada pelo novo Governo”. Para João Gomes Cravinho, o novo Executivo "tem de apresentar um novo orçamento para a segunda metade deste ano e para a reflexão de 2023 e esse Governo terá de ter em conta a realidade estratégica que se alterou de forma significativa”.
Atualmente, Portugal tem um compromisso de 1,68% do PIB em despesas de Defesa até 2014, recordou o ministro, acreditando que "o novo Governo vai querer rever e pensar no pós 2024".