Um comité de recolha de fundos de campanha pró-democrata acusou na segunda-feira o ex-presidente norte-americano, Donald Trump, de violar as leias federais de campanha ao arrecadar e gastar dinheiro sem apresentar oficialmente a sua candidatura à Casa Branca.
Este "super PAC" (o comité que recolhe os fundos de campanha) apresentou na segunda-feira uma queixa à Comissão Federal de Eleições (FEC, na sigla em inglês) onde acusou Trump de "usar ilegalmente o seu PAC (…) para arrecadar e gastar fundos além dos limites da Comissão com o objetivo de promover a campanha presidencial de 2024".
Segundo noticia a agência Associated Press (AP), a American Bridge denunciou "pagamentos para eventos nas propriedades de Trump, comícios com Trump, pagamentos de consultoria a ex-funcionários da campanha de Trump e publicidade digital sobre os eventos de Trump e o seu suposto oponente em 2024".
Ao alegar que o republicano, que liderou a Casa Branca entre 2017 e 2021, já decidiu avançar para uma candidatura em 2024, a American Brigde defende que este está obrigado a apresentar uma declaração de intenção de candidatura no espaço de 15 dias após receber contribuições, ou realizar gastos, acima dos 5.000 dólares.
"Trump está a brincar com a Comissão Federal de Eleições há meses", defendeu este grupo, referindo que o ex-presidente, através do seu Save America PAC, gastou mais de 100.000 dólares por semana em anúncios na rede social Facebook e "arrecadou consistentemente mais de um milhão de dólares por semana" numa "clara violação de financiamento de campanha".
A American Bridge quer também que a FEC obrigue à divulgação dos gastos de Trump e o multe pelo "valor máximo permitido por lei".
Segundo Taylor Budowich, porta-voz de Trump, a queixa da American Bridge não tem fundamento e acusou os democratas de recorrerem "a truques baixos".
"O nosso país está a entrar num desastre por causa das falhas dos democratas e, em vez de reverter o curso para fornecer o alívio necessário às famílias norte-americanas, estão ocupados a apresentar queixas frívolas que não têm fundamento", sustentou.
Donald Trump tem vindo a levantar o véu sobre uma possível corrida presidencial desde que deixou a Casa Branca.
Logo em dezembro de 2020, numa festa de natal da Casa Branca, Trump confessou aos convidados que tinham sido "quatro anos incríveis".
"Estamos a tentar fazer mais quatro anos. Caso contrário, vejo-vos daqui a quatro anos", referiu na altura.
Desde então, o republicano tem aludido aos seus planos em quase todas as aparições e entrevistas a apresentadores conservadores.
Trump tem alegado que está à espera de fazer o anúncio após as eleições intercalares norte-americanas, que decorrem este ano, para evitar desencadear leis de financiamento de campanha.
"Eu sei o que vou fazer, mas não devemos falar sobre isso ainda do ponto de vista das leis de financiamento de campanha, que, francamente, são ridículas", apontou Trump durante uma visita em setembro, quando questionado sobre uma nova candidatura à presidência.
"Fizemos isto duas vezes e faremos de novo", atirou também, numa reunião em fevereiro.
Já este sábado, na Carolina do Sul, o milionário voltou a indicar a sua intenção: "Em 2024, vamos recuperar aquela linda, linda Casa Branca. Eu pergunto-me quem vai fazer isso", frisou.