O estado indiano de Karnataka fechou as suas escolas durante três dias depois de o governo regional ter apoiado as instituições escolares de proibir a utilização de hijabs, o que levou a protestos na região.
A problema começou em janeiro, quando seis estudantes muçulmanas organizaram um protesto de várias semanas depois de lhes ter sido dito para removerem os lenços da cabeça ou, em alternativa, deixarem de frequentar as aulas.
Também na semana passada, outras escolas começaram a impor proibições depois de alguns estudantes hindus, apoiados por grupos hindus de direita, protestarem que se os hijabs fossem permitidos nas salas de aula, deveriam ser autorizados a usar xales de açafrão. Note-se que o açafrão é a cor que se tornou associada ao nacionalismo hinduísta.
Já no sábado passado, num aparente apoio ao direito das escolas a impor uma proibição, o estado de Karnataka instruiu que "vestuário que perturbe a igualdade, a integridade e a ordem pública não deveria ser usado".
Os estudantes muçulmanos argumentaram que o seu direito à liberdade religiosa está a ser violado e levaram a questão ao Supremo Tribunal do Estado. Os alunos têm comentanto que o "apartheid religioso" está a ser imposto em algumas instituições do ensino superior, na quais as mulheres em hijabs, apesar a ser autorizadas a entrar, são mantidas em salas de aula separadas.
Os estudantes muçulmanos do Colégio Dr BB Hegde, em Udupi, descreveram como tinham comparecido às aulas na quinta-feira passada e descobriram que estavam impedidos de entrar por um grande grupo de homens, incluindo colegas seus, que estavam a usar xales de açafrão. O grupo tinha exigido aos estudantes muçulmanos que retirassem os seus hijabs.