Queríamos ser exemplares e afinal só fazemos figura de tolos


Segundo o antigo diretor-geral de Energia e Geologia, estamos a deitar milhões de euros pela janela fora todos os dias. 


Enquanto alguns partidos e setores da sociedade preferem discutir as touradas, as estufas, as semanas de quatro dias e outros assuntos mais folclóricos, eis uma questão que nos diz respeito a todos. Ainda nem chegámos à primavera e a falta de água já é dramática.

O território nacional, como já aqui foi apontado, está em vias de tornar-se uma extensão do Norte de África no que ao clima e à paisagem diz respeito – e isso nunca foi tão evidente como neste inverno quente e seco.
Acontece que este facto meteorológico é agravado por uma decisão no mínimo precipitada do Governo.

Talvez por pressão dos grupos ambientalistas ou dos antigos parceiros parlamentares, o Ministério do Ambiente e da Transição Energética decidiu no final do ano passado acabar com a produção de eletricidade a partir de carvão. A intenção era excelente: estar na vanguarda do combate às alterações climáticas. O resultado, nem por isso, uma vez que não foram criadas a priori as condições para dar esse passo com segurança.

Agora, com as albufeiras em níveis críticos, Portugal tem de importar 30% da energia que consome. Segundo o antigo diretor-geral de Energia e Geologia, estamos a deitar milhões de euros pela janela fora todos os dias. Pior: queremos ser ecológicos, mas importamos eletricidade de países, como a vizinha Espanha, que continuam a produzi-la nem mais nem menos do que a partir de carvão e, para cúmulo, de forma menos eficiente do que nós o fazíamos.

É certo que ninguém controla os humores do tempo. Ninguém podia adivinhar que íamos ter uma seca tão intensa e tão prolongada. Ninguém manda nos deuses da meteorologia. Mas teria sido assim tão difícil precavermo-nos contra esta eventualidade? Muitos, como Pedro Clemente Nunes, aqui no i, avisaram que isto podia acontecer.

Queríamos fazer boa figura lá fora, estar na linha da frente da transição energética. E afinal só prejudicamos o interesse nacional e fazemos figura de tolos.

Queríamos ser exemplares e afinal só fazemos figura de tolos


Segundo o antigo diretor-geral de Energia e Geologia, estamos a deitar milhões de euros pela janela fora todos os dias. 


Enquanto alguns partidos e setores da sociedade preferem discutir as touradas, as estufas, as semanas de quatro dias e outros assuntos mais folclóricos, eis uma questão que nos diz respeito a todos. Ainda nem chegámos à primavera e a falta de água já é dramática.

O território nacional, como já aqui foi apontado, está em vias de tornar-se uma extensão do Norte de África no que ao clima e à paisagem diz respeito – e isso nunca foi tão evidente como neste inverno quente e seco.
Acontece que este facto meteorológico é agravado por uma decisão no mínimo precipitada do Governo.

Talvez por pressão dos grupos ambientalistas ou dos antigos parceiros parlamentares, o Ministério do Ambiente e da Transição Energética decidiu no final do ano passado acabar com a produção de eletricidade a partir de carvão. A intenção era excelente: estar na vanguarda do combate às alterações climáticas. O resultado, nem por isso, uma vez que não foram criadas a priori as condições para dar esse passo com segurança.

Agora, com as albufeiras em níveis críticos, Portugal tem de importar 30% da energia que consome. Segundo o antigo diretor-geral de Energia e Geologia, estamos a deitar milhões de euros pela janela fora todos os dias. Pior: queremos ser ecológicos, mas importamos eletricidade de países, como a vizinha Espanha, que continuam a produzi-la nem mais nem menos do que a partir de carvão e, para cúmulo, de forma menos eficiente do que nós o fazíamos.

É certo que ninguém controla os humores do tempo. Ninguém podia adivinhar que íamos ter uma seca tão intensa e tão prolongada. Ninguém manda nos deuses da meteorologia. Mas teria sido assim tão difícil precavermo-nos contra esta eventualidade? Muitos, como Pedro Clemente Nunes, aqui no i, avisaram que isto podia acontecer.

Queríamos fazer boa figura lá fora, estar na linha da frente da transição energética. E afinal só prejudicamos o interesse nacional e fazemos figura de tolos.