O exército de Israel disse hoje que vai repreender os militares que estiveram envolvidos, em janeiro passado, na morte de um palestiniano de 78 anos, que também tinha cidadania norte-americana.
Segundo o exército, um oficial será repreendido e outros dois militares serão removidos dos respetivos cargos de chefia.
Na versão do exército israelita, o idoso palestiniano, identificado como Omar Asaad, estava a dormir quando o penduraram de bruços num prédio abandonado onde estava detido com outras três pessoas, no mês passado.
Na semana passada, uma autópsia revelou que Asaad – declarado morto pouco depois de ter sido detido pelo exército israelita na Cisjordânia ocupada – morreu de um ataque cardíaco causado por uma "violência externa".
A autópsia, realizada por três médicos palestinianos, confirmou que Omar Asaad sofria de problemas cardíacos, mas também encontrou hematomas na cabeça, edemas nos pulsos, por estar amarrado, e sangramento nas pálpebras, por ter estado com os olhos vendados.
"A investigação concluiu que o incidente foi um evento grave e infeliz, resultante de uma falha moral e de uma má tomada de decisão por parte dos soldados", explicou hoje o exército, em comunicado, quando ainda decorre uma investigação criminal.
O Departamento de Estado norte-americano indicou estar em contacto com o Governo israelita para "esclarecimentos" sobre o incidente e para apoiar uma "investigação completa".
Omar Asaad foi detido pelas forças israelitas quando voltava para casa depois de visitar familiares na sua vila natal de Jiljiliya, perto da cidade de Ramallah.
Horas depois foi transportado para um hospital, quando já tinha morrido de ataque cardíaco, segundo o Ministério da Saúde palestiniano.
Organizações de defesa dos direitos humanos dizem que Israel raramente responsabiliza os seus soldados pela morte de palestinianos e que, mesmo nos casos mais chocantes, os militares apenas recebem penas leves.