Polícia israelita abate palestiniano suspeito de um ataque em Jerusalém

Polícia israelita abate palestiniano suspeito de um ataque em Jerusalém


De acordo com a Associated Press (AP), um vídeo que circulou ‘online’ parecia mostrar um polícia de fronteira israelita a atirar sobre um palestiniano que estava caído no chão. Outro vídeo pareceu mostrar a polícia com armas em punho a impedir os médicos de assistir o homem.


A polícia israelita disparou hoje sobre um palestiniano após este ter esfaqueado um judeu ultraortodoxo perto Portão de Damasco, nos arredores da Cidade Velha de Jerusalém, uma área que costuma ser palco de manifestações e confrontos.

"Por volta das 16:30, um assaltante […] esfaqueou um transeunte perto do Portão de Damasco em Jerusalém Oriental e, depois, tentou esfaquear um polícia de fronteira", disse a polícia de Israel, acrescentando que "neutralizou" o atacante.

Segundo avançou o Crescente Vermelho Palestino à AFP, o homem morreu.

De acordo com a Associated Press (AP), um vídeo que circulou 'online' parecia mostrar um polícia de fronteira israelita a atirar sobre um palestiniano que estava caído no chão. Outro vídeo pareceu mostrar a polícia com armas em punho a impedir os médicos de assistir o homem.

O serviço de emergência Magen David Adom disse ter tratado um homem ultraortodoxo, com cerca de 20 anos, que foi esfaqueado naquela zona e que se encontrava em estado moderado a grave. Segundo referiu, o atacante "foi abatido", não tendo ficado de imediato claro se foi morto.

A polícia israelita divulgou um vídeo de vigilância em que o agressor pode ser visto a esfaquear o judeu e, de seguida, a tentar esfaquear um agente da polícia antes de ser baleado e cair no chão. A polícia disse ter "neutralizado" o agressor e não respondeu aos pedidos de esclarecimento.

O agressor foi identificado como um jovem de 25 anos natural de Salfit, na Cisjordânia ocupada.

"O conhecimento e reação rápida da polícia levaram à neutralização do terrorista", disse a polícia num comunicado.

O Portão de Damasco foi o epicentro de protestos e confrontos entre palestinianos e a polícia israelita na primavera passada, durante o mês sagrado muçulmano do Ramadão. A agitação espalhou-se para outras zonas da cidade, incluindo um local próximo, sagrado para judeus e muçulmanos, o que contribuiu para desencadear a guerra de 11 dias em Gaza.

A Cidade Velha fica em Jerusalém Oriental, que Israel capturou na guerra de 1967, juntamente com a Cisjordânia e Gaza. Israel anexou Jerusalém Oriental num movimento não reconhecido internacionalmente e considera toda a cidade sua capital. Os palestinianos querem que Jerusalém Oriental seja a capital de seu futuro Estado, incluindo a Cisjordânia e Gaza.

Nos últimos anos, ocorreram dezenas de ataques na Cidade Velha e nos arredores, quase todos realizados por palestinianos sem vínculos conhecidos a grupos armados. O grupo militante islâmico Hamas, que governa Gaza, elogiou o ataque de hoje, mas não reclamou a sua autoria.

Israel afirma que as suas forças de segurança fazem todos os esforços possíveis para evitar ferir civis e garante que investiga supostos abusos.

Grupos de direitos humanos dizem, contudo, que Israel raramente responsabiliza os membros das suas forças de segurança pelos tiroteios contra palestinianos. As investigações geralmente terminam sem acusações ou com sentenças brandas e, em muitos casos, as testemunhas nem são convocadas para interrogatório.