Os planos atuais que visam cortar as emissões de carbono ficarão 60% abaixo da meta esperada para 2050, informou a Agência Internacional de Energia (AIE), que aproveitou para pressionar os líderes mundiais a utilizarem a próxima Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (COP26) para enviarem um “sinal inequívoco” com planos políticos concretos.
A AIE — com base nas suas perspetivas energéticas mundiais — previu que as emissões de carbono diminuirão (apenas) 40% em 2050 caso os países se mantivessem fiéis às suas promessas sobre as alterações climáticas.
Segundo a Agência, a diferença entre os planos atuais e a mudança necessária para alcançar a meta líquida zero é "acentuada", exigindo até um aumento de investimento ainda considerável só na próxima década para ultrapassar a divisão.
Fatih Birol, diretor executivo da AIE, explicou ao The Guardian que as grandes economias em recuperação da pandemia de covid-19 já estavam a perder a oportunidade de estimular o investimento em energia limpa. "Estamos a assistir a uma recuperação insustentável da pandemia", descreveu.
O relatório aponta ainda para o forte crescimento do uso do carvão – o segundo maior contribuidor para as emissões da CO2. Birol pediu ainda aos líderes mundiais que assumissem compromissos mais rigorosos para a redução das emissões de carbono, o que se traduz na vontade política de desbloquear o fluxo de dinheiro para as economias mas emergentes.