Hoje a Assembleia da República vai discutir o bem-estar dos animais de companhia, demonstrando uma vez mais que os bichos estão acima das pessoas. Entre exigências de que cães não possam ficar mais do que três horas acorrentados, à proibição de ficarem sozinhos – mesmo numa suite de algum hotel de cinco estrelas – os deputados vão ser chamados a discutir tais intenções do PAN. Também a deputada não inscrita Cristina Rodrigues quer acabar com o limite de cães e gatos nos apartamentos urbanos.
Extraordinário! Quando tantos velhos e crianças são deixados ao abandono neste país, o PAN quer acabar com a solidão dos cães e gatos. Calculo que o próximo passo seja a obrigatoriedade de consultas psiquiatras, pois os bóbis e tarecos podem ficar com depressões profundas por estarem tanto tempo a falar sozinhos. A história das correntes, apesar da boa intenção, é ridícula pois no campo, se alguns cães não estiverem acorrentados, podem morder as pessoas que se aproximam ou fugir das casas, juntando-se às matilhas que tantos problemas têm causado por esse país fora.
Acabou-se com o abate de cães vadios, e pouco ou nada se fez para o problema sanitário que se iria colocar. Não há canis suficientes para os cães vadios e estes deambulam de terra em terra à procura de comida e a morderem quem apanham pela frente, no caso, suponho, de ficarem assustados.
Basicamente, esta rapaziada até pode ter boas ideias, mesmo esquecendo as pessoas, mas não percebem que as leis que querem implementar só vão agravar a vida dos animais. Quem não os puder ter nas varandas ou 12 horas sozinhos acabará por os abandonar. E, claro, será preciso criar um exército de polícias que andem de casa em casa a perguntar ao lulus há quanto tempo estão sozinhos. Percebe-se que o objetivo do PAN é fomentar a bufaria de vizinhos contra vizinhos. É uma tontaria completa.
P. S. O ministro da Administração Interna provou ontem no Parlamento porque já não devia de ser governante há muito tempo. Mas num Governo ‘geringonçado’ vale quase tudo.