Instalações dos Ministérios da Justiça e das Finanças alemães foram hoje alvo de buscas no âmbito de uma investigação sobre a não comunicação à justiça de elementos sobre um alegado branqueamento de capitais, anunciou a procuradoria.
"Agentes da polícia judiciária e da procuradoria (…) realizaram hoje buscas nos escritórios do Ministério das Finanças e do Ministério da Justiça", indicou a procuradoria de Osnabruck (oeste) num comunicado.
As operações foram conduzidas no âmbito de um inquérito sobre "suspeitas de branqueamento de capitais ascendendo a milhões de euros" que "não terão sido transmitidas à polícia e à justiça".
Em causa está o Gabinete Central de Investigação sobre as Transações Financeiras (FIU), sediado em Colónia, encarregado da luta contra o branqueamento de dinheiro e tutelado pelo Ministério das Finanças, dirigido pelo ministro Olaf Scholz, líder dos social-democratas às eleições legislativas de 26 de setembro.
O ponto de partida da investigação, em 2020, foi a "declaração de atividade suspeita feita por um banco (…) sobre pagamentos a África de valor superior a um milhão de euros".
Esse relatório, recebido pelo FIU, "não foi transmitido às autoridades judiciais", o que impediu "a suspensão do pagamento", segundo a procuradoria.
O banco indicava no relatório que a transação "tinha como pano de fundo o tráfico de armas e de drogas, assim como o financiamento do terrorismo".
A justiça quer "verificar se e, neste caso, em que medida a direção e os responsáveis dos ministérios (…) estiveram envolvidos nas decisões do FIU".
Num comunicado o Ministério das Finanças indicou "apoiar plenamente as autoridades", afirmando que as suspeitas "não são expressamente dirigidas contra os (seus) funcionários".
As buscas ocorrem numa altura em que Olaf Scholz, número dois do governo, está à frente das sondagens sobre as eleições que permitirão escolher o sucessor da chanceler Angela Merkel.