Chamas em Odemira mantém-se ativo e já queimou “muitas colmeias” e zona de medronhal

Chamas em Odemira mantém-se ativo e já queimou “muitas colmeias” e zona de medronhal


Nos próximos dias será feito um levantamento “mais rigoroso” das consequências do incêndio que continua a lavrar a freguesia de Sabóia em Odemira. Estão mais de 600 operacionais, cerca de 228 veículos e seis meios aéreos a combater o fogo. 


O fogo que continua a lavrar Odemira há mais de 24 horas já queimou “muitas colmeias” e zona de medronhal, significando “diversos prejuízos”.

"Já tive oportunidade de encetar essa diligência para o levantamento de vários danos em colmeias, muitas colmeias arderam", revelou o presidente da Câmara de Odemira, na conferência de imprensa realizada, esta quinta-feira, em Sabóia, sobre o ponto de situação do incêndio.

“Ainda é cedo” para fazer um balanço dos prejuízos, apontou José Alberto Guerreiro, contudo já foram “identificados diversos” danos em colmeias dos apicultores daquela freguesia e também em zona de medronhal, onde se registam “diversos prejuízos”.

“Algumas iniciativas florestais de projetos agrícolas nessa área do medronhal, infelizmente, foram perdidas”, afirmou o autarca, que ainda revelou que até ao momento não recebeu nenhum relato de “situações de gado afetado”.

"Mas, obviamente, o levantamento já está a decorrer, com o apoio da [Junta de] Freguesia de Sabóia e, certamente, nos próximos dias, será possível fazer um balanço mais rigoroso", assinalou.

Segundo o site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 16h07, estão a combater cerca de 685 operacionais o fogo que está a consumir mato, de eucaliptos, sobro e pinheiros e ainda povoamento misto, desde o início da tarde de quarta-feira. Os bombeiros estão a receber o apoio de 228 veículos e de seis meios aéreos.

Dos cinco setores do fogo, três ainda estão ativos, sublinhou o comandante operacional do distrito de Beja da Proteção Civil, Carlos Pica, ao indicar que as chamas não tinham passado do distrito de Beja para o de Faro.

"A área que ardeu foi essencialmente pinhal, bastante montado de sobro nas zonas de vale e eucalipto", apontou o autarca, ao explicar que naquela freguesia “predomina esta economia muito em torno da floresta”, e devido à área ser tão extensa, as chamas estão a afetar “obviamente muita gente”.

Quanto a habitações afetadas, José Alberto Guerreiro disse que apenas "dois anexos sem grande expressão" terão sido destruídos, e segundo as últimas informações recolhidas, não existe nenhum relato de qualquer casa que tenha sido afetada.

O incêndio já provocou quatro feridos, dos quais um grave, além de uma pessoa que foi assistida no local, registou o comandante das operações de socorro.

Segundo o Ministério da Agricultura, os agricultores que foram afetados pelas chamas nos concelhos de Odemira e Monchique já podem reportar os prejuízos causados, para avaliar a possibilidade de acionar possíveis apoios.