Ministro brasileiro demitido no meio de suspeitas de corrupção

Ministro brasileiro demitido no meio de suspeitas de corrupção


A decisão, assinada pelo ministro da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos, e antecipada pelo Ministério da Saúde, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), embora os motivos da demissão não tenham sido divulgados.


O diretor de logística do Ministério da Saúde do Brasil, Roberto Ferreira Dias, foi demitido do cargo hoje no meio de crescentes denúncias de supostas irregularidades cometidas na compra de vacinas contra a covid-19.

A decisão, assinada pelo ministro da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos, e antecipada pelo Ministério da Saúde, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), embora os motivos da demissão não tenham sido divulgados.

A demissão do funcionário ocorre poucos dias depois do diretor ter sido envolvido em denúncias de irregularidades e corrupção na compra de vacinas contra a covid-19, que vieram à tona durante declarações na comissão parlamentar de inquérito (CPI) do Senado que investiga possíveis omissões do Governo do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, na pandemia.

Dias foi acusado de pressionar funcionários do Ministério da Saúde para que acelerassem a importação da vacina indiana Covaxin, feita pela empresa Bharat Biotech, apesar dos indícios de possíveis irregularidades no contrato, que prevê a aquisição de 20 milhões de doses a um preço total de 1,61 mil milhões de reais (cerca de 270 milhões de euros) em 25 de fevereiro, mas os prazos de entrega do produto não foram cumpridos e, somente no último dia 04, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão regulador, aprovou a sua importação com restrições.

Além disso, na terça-feira o jornal Folha de S. Paulo garantiu que o funcionário teria pedido suborno a um representante da Davati Medical Supply em troca da aprovação da compra de milhões de doses da vacina desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou na terça-feira que o contrato assinado para a compra da vacina Covaxin ficará suspenso até que sejam esclarecidas as denúncias de irregularidades nessas negociações.

Haverá também tempo para a Anvisa se pronunciar sobre a eficácia da Covaxin, algo que este órgão ainda não fez e que é decisivo para permitir as importações.

"Não é apropriado importar essas vacinas neste momento", declarou Queiroga numa conferência de imprensa.