TAP. Despedimento coletivo “é uma hipótese desde o início”

TAP. Despedimento coletivo “é uma hipótese desde o início”


“Não gosto de deixar ofensas ao Estado português sem resposta”, garantiu Pedro Nuno Santos, depois de ter sido criticado por Ana Catarina Mendes. 


O ministro das Infraestruturas garantiu que o despedimento coletivo na TAP “é uma hipótese desde o início”, salientando que as negociações com os trabalhadores já permitiram reduzir de duas mil pessoas para “cerca de 200” as saídas necessárias. Esta é a resposta de  Pedro Nuno Santos  quando questionado sobre se este cenário estava em cima da mesa para aqueles que, entre os 206 trabalhadores da companhia aérea portuguesa contactados para negociarem uma rescisão amigável, não aceitarem uma saída voluntária.

“Estamos num processo muito complexo da vida da TAP, que precisa de passar por uma reestruturação muito séria […], e esperemos que, ainda durante este mês, consigamos ter uma resposta afirmativa por parte de Bruxelas”, afirmou.

Quanto ao algoritmo que está a ser utilizado para identificar os trabalhadores a dispensar, o governante considerou que, “sem ignorar situações particulares, é um método que garante maior imparcialidade na gestão desse processo”.

Sem resposta?

Pedro Nuno Santos também deixou uma palavra em relação às críticas da Ryanair em relação à ajuda estatal à TAP, garantindo que não gosta de “deixar ofensas ao Estado português e ao Governo sem resposta”. E acrescentou: “Não somos a Suíça, nem a Noruega, para podermos, sem esforço, dar-nos ao luxo de perder empresas com esta dimensão. Somos um país com grandes dificuldades em matéria de balança de pagamentos, não podemos perder uma empresa que exporta três mil milhões de euros num ano normal. E é esse esforço estamos a fazer”.

Para o ministro das Infraestruturas e da Habitação, os portugueses deviam ter “mais orgulho” no seu país: “Não podemos aceitar ligeiramente que um empresário, mesmo que grande empresário, possa dizer o que quer sobre um Governo e esperar do mesmo Governo o silêncio. Isso não é um país dar-se ao respeito. Seremos mais respeitados no mundo se nos dermos ao respeito”, considerou.

Recorde-se que, ainda na semana passada, Ana Catarina Mendes teceu duras críticas à forma como o ministro das Infraestruturas reagiu à posição assumida pelo presidente da Ryanair, envolvendo-se numa troca de acusações com Michael O’Leary, apesar de ter admitido que não gostou de ver ataques como os que foram feitos pela Ryanair”, no entanto, reconhece que “reagir de forma mais truculenta não resolva problema nenhum, antes pelo contrário. E, por isso, maior recato ou sensatez, bom senso, nestas reações”.