Carlos Guimarães Pinto, antigo líder da Iniciativa Liberal, considera que «o PSD cometeu um enorme erro» por aceitar entrar em negociações com o Chega. «Nunca o deveria ter feito. Deveria ter levado o seu programa de Governo ao Parlamento e deixava o Chega com o ónus de lá manter o PS ou convocar novas eleições. Ao sentar-se à mesa, validou o Chega como parceiro negocial e aceitou-o na sua família política», afirma o fundador do partido liberal.
Guimarães Pinto encara a decisão do PSD como «uma boia de salvação para o Chega, que há seis meses estava na mesma nas sondagens e tinha percebido que o seu limite como partido de protesto tinha sido atingido».
Ou seja, o Chega, a partir de agora, pode «passar a mensagem de que conta para a governação e cavalgar essa imagem».
Para o PSD, acrescenta o fundador da Iniciativa Liberal, é «um tremendo risco, porque vai passar todo o tempo até às legislativas a ser colado às posições do Chega e às declarações de Ventura».
João Cotrim Figueiredo, líder da Iniciativa Liberal, fez questão de gravar uma mensagem, esta semana, a distanciar-se do acordo com o Chega. «Recusamos o nepotismo do Partido Socialista. Recusaremos o populismo do Chega», afirmou. Os liberais garantiram que votarão «contra quaisquer medidas que vão contra as convicções liberais ou aquilo que seja o mais elementar bom senso».