Foi há precisamente um mês que as escolas reabriram para um novo ano letivo, mas desta vez com um desafio que vai muito além de estar com atenção nas aulas ou de tirar boas notas nos testes. E, neste primeiro mês, em plena pandemia de covid-19, há problemas nos estabelecimentos escolares que têm sido relatados: a falta de comunicação entre escolas e encarregados de educação, o incumprimento do distanciamento social e a escassez tanto de professores como de assistentes operacionais. Ao i, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, admite mesmo que há escolas em que as direções optam por esconder casos positivos de covid-19.
“Há escolas que divulgam no próprio site os casos que existem, onde e quantos são. E assim as pessoas ficam descansadas e percebem que as coisas estão a ser feitas de forma mais controlada. Mas há outras, curiosamente, em que as direções optam por não divulgar e abafam o caso. Chegam-nos relatos de escolas em que inclusivamente é dito aos professores que não divulguem o problema no exterior da escola. Supostamente é para não criar alarmismo, mas é estranho. Recebemos chamadas de pais preocupadíssimos a perguntar o que se passa nas escolas. Mas isto não é norma. A maior parte das escolas divulga e informa os pais, mas há muitos casos destes”, sublinha, confirmando aquilo que se tem visto nas redes sociais, nomeadamente pais que têm sentido dificuldades em perceber se há casos positivos de covid-19 na escola que o filho frequenta.
Filinto Lima não subscreve este ponto de vista. O presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas garante que os pais confiam nos estabelecimentos escolares e que são “devidamente” informados. “Não devemos alarmar e sim informar e ser verdadeiros. E é com este equilíbrio de informar e não alarmar que as escolas têm atuado. As pessoas têm sido informadas daquilo que se está a passar nas comunidades educativas”, disse. O presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira, concorda. E descreve que tudo tem estado a correr dentro da normalidade.
“Os pais têm todo o direito de saber quantos casos de covid-19 há nas escolas e é o que estamos a fazer. Entramos em contacto com todos os encarregados de educação, sejam da turma do aluno infetado ou não. E as coisas estão a correr relativamente bem”, reforça. Admite, porém, que “há muita gente assustada”, uma vez que vivemos o ano letivo “mais estranho” das nossas vidas. “Em termos letivos, é. E eu sou professor há 42 anos”, rematou.
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