Criada petição para salvaguardar Fontes Pereira de Melo

Criada petição para salvaguardar Fontes Pereira de Melo


Notícia avançada pelo i desta segunda-feira dá origem a petição pública que apela à preservação patrimonial.


Foi criada esta segunda-feira uma petição pública para exigir a “salvaguarda do quarteirão da Fontes Pereira de Melo”. O documento foi criado na sequência depois de o i ter anunciado na edição de ontem a demolição dos edifícios presentes na zona de Picoas.

A petição defende a “importância patrimonial e com forte impacto no tecido urbano da cidade” do edificado e apela a que este, em vez de ser destruído, receba obras de restauro.

Ao i, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) confirmou que estão a ser feitos “trabalhos de demolição”. No início do ano passado foi registada uma derrocada num dos edifícios, a que se seguiu uma proposta de demolição integral do referido prédio. A proposta recebeu num primeiro momento um parecer desfavorável por parte da DGCP e não seguiu em frente. Mas a Câmara, face ao risco de novas derrocadas, solicitou novamente a demolição, tendo a DGPC acedido à pretensão.

Os criadores da petição afirmam que se a demolição não avançar, “os lisboetas e todos aqueles que valorizam a arquitetura, o urbanismo e a nossa História, ficarão profundamente gratos”. Mas a DGPC assume que os “elementos arquitetónicos considerados relevantes” irão ser preservados de modo a que se possam utilizar “para recolocação e integração em projeto futuro”.

Os edifícios vão dar lugar a um hotel do grupo Sana, um projeto com a assinatura do arquiteto Eduardo Souto Moura.

Os criadores da petição acreditam que a demolição do edificado vai abrir um precedente e mostrará que “votar o património ao abandono é a solução para que o mesmo possa ser destruído à revelia de todos”.

Estes edifícios ganharam fama em 2010 quando foram transformados em “telas gigantes” para dar espaço ao projeto “Crono”. O artista Vihls foi um dos convidados a participar. Um ano depois da intervenção artística o The Guardian classificou-a como uma das melhores obras de street art do mundo.

A petição conclui que a “fragilidade estrutural ou risco de derrocada não podem ser o pretexto para este tipo de atos de enorme gravidade”, perante a inação da Câmara Municipal.