Ensino superior. Triplicaram cursos com média igual  ou superior  a 18 valores

Ensino superior. Triplicaram cursos com média igual ou superior a 18 valores


Depois de exames atípicos, notas mínimas de entrada subiram. Interior do país conseguiu mais candidatos.


A previsão de que a subida das notas nos Exames Nacionais iria refletir-se no aumento das médias da 1º fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior confirmou-se. Este ano são 30 os cursos cujo último candidato apresentou uma média igual ou superior a 18 valores – mais 20 cursos do que no ano passado. As médias subiram não só comparativamente a 2019, mas também em comparação com os anos anteriores. Por exemplo, em 2018 houve 11 cursos a terminar a 1º fase com média igual ou superior a 18 valores. E em 2017 houve 10 cursos a conseguir estas características.

Nos últimos anos, as engenharias têm conseguido marcar a sua presença no topo das médias mais elevadas, ultrapassando Medicina, e este ano não foi exceção. Em 2019, Engenharia Aeroespacial no Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa, conseguiu o pódio de média mais alta – com 18,95 –, mas perdeu este ano o lugar para Engenharia e Gestão Industrial na Universidade do Porto, que atingiu os 19,13 valores. Engenharia Aeroespacial no IST ficou em segundo lugar, apesar de ter a mesma média de 19,13 valores. Logo a seguir surge Engenharia Física Tecnológica, também do Técnico, com 19,13. Depois, Bioengenharia na Universidade do Porto, com 19,1 valores.

Só em quinto lugar aparece o primeiro curso de Medicina que, também no Porto, no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, fixou a média de 18,98. Neste top 30 dos cursos cujos alunos se candidataram com médias superiores a 18 valores, destacam-se a Universidade do Porto, com 11 cursos e o Instituto Superior Técnico, que pertence à Universidade de Lisboa, com cinco cursos. Nesta última instituição, segundo informação divulgada na sua página, seis dos estudantes colocados no IST candidataram-se com a nota máxima de 20 valores, “uma média exemplar que lhes valeu entrada direta nos cursos de Engenharia Física Tecnológica, Engenharia Aeroespacial, Engenharia Informática e de Computadores na Alameda e Engenharia Biomédica”, escreveu o IST, que ocupou todas as vagas logo na 1ª fase.

Educação com médias abaixo de 10 valores Outra tendência confirmada este ano refere-se às médias da área da educação, sobretudo Educação Básica (primeiro ciclo). No Instituto Politécnico da Guarda, o curso de Educação Básica não foi além dos 9,85 valores. Este curso atingiu a média mais alta no Instituto Politécnico do Porto, com 14,52 valores.

Na lista das notas mais baixas e, tendo em conta o tipo de instituição de ensino, destacam-se os politécnicos. Dos 25 cursos com notas mais baixas, 23 são lecionados em politécnicos e dois em universidades. Analisando as médias da 1º fase, as discrepâncias entre cursos da mesma área são outra das evidências. Por exemplo, o curso de Jornalismo e Comunicação em Portalegre tem agora média de 11,04 e Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, fixou a média nos 15,85 valores. Já Ciências da Comunicação, na Universidade Nova de Lisboa, subiu a nota mínima para 17,85 valores.

Mais candidatos no interior Nesta primeira fase, 51% dos candidatos conseguiu entrar na primeira opção. A tutela refere ainda que os candidatos admitidos nas instituições localizadas “em regiões com menor pressão demográfica” aumentaram 20% em relação ao ano passado. Estão agora nas zonas do interior do país cerca de 24% dos alunos. No entanto, foram os institutos politécnicos situados nas regiões do interior a registar zero candidatos em alguns cursos. Engenharia do Ambiente, no Instituto Politécnico de Beja, Engenharia Mecânica, no Instituto Politécnico de Bragança, ou Engenharia Civil em Castelo Branco ficaram desertos. No total, registaram-se 31 cursos sem qualquer candidato. A 1ª fase do Concurso de Acesso ao Ensino Superior encaixou 50 964 novos alunos nas instituições de ensino superior, restando para a 2ª fase, que decorre entre hoje 9 de outubro, cerca de 6500 vagas.

Mais vagas e mais camas Além do aumento do número de vagas, há também este ano mais camas para os alunos do ensino superior, anunciou a tutela. A somar às habituais residências, foram celebrados acordos com municípios, com hotéis e com alojamentos locais. No total, o ministério estima que estejam disponíveis 18 455 camas até ao final de 2020, ou seja, mais cerca de 2400 camas para os jovens que frequentam o ensino universitário ou politécnico do que no ano passado. “Estes valores têm em conta já as adaptações que foram recomendadas pelas autoridades de saúde, que levaram à supressão provisória de 2.218 lugares nas residências de estudantes das instituições de ensino superior”. referiu o ministério liderado por Manuel Heitor.