A fraca cultura preventiva do país


Por que razão não nos organizamos melhor fora das crises? 


O brutal acidente em Soure, que ainda está a ser investigado, levou já à primeira constatação de que as máquinas de manutenção como a que colidiu com o Alfa Pendular não estão equipadas com o sistema de controlo automático de velocidade (Convel), o que já tinha sido motivo de alerta por parte do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF). É este mesmo gabinete que o assinala na sua primeira avaliação. Como noutras tragédias, em que muitas vezes se acumula uma sucessão de falhas e azar, vem ao de cima a fraca cultura de prevenção no país que, de resto, ressalta nas mais diferentes áreas, dos acidentes com infraestruturas aos incêndios, passando pela corrupção, onde o país vem sendo sinalizado, por exemplo, pelo Conselho da Europa, em relatórios a que todos os anos se parece ligar pouco, para depois, quando é conhecido algum caso suspeito de crime ou com contornos menos éticos, haver um coro de estupefação. Por que razão não nos organizamos melhor fora das crises? Como é possível haver uma recomendação de segurança de um gabinete de prevenção e investigação de acidentes que não é prontamente acatada?

Sobre o acidente de Soure, o ministro das Infraestruturas fez este fim de semana um post nas redes sociais assegurando que o caso está a ser investigado e lembrando que iam no comboio 200 pessoas. “O que é ingrato é sabermos que a ferrovia é um dos meios de transporte mais seguros que temos, mas que os acidentes também ocorrem na ferrovia”, escreveu Pedro Nuno Santos, sem qualquer referência ao dito sistema. Ninguém diz que, por causa de um acidente, toda a ferrovia é insegura e que as entidades sejam incompetentes, mas, para já, houve esta falha destapada por este acidente. Se foi determinante, não sabemos, mas não pode ser desvalorizada e o facto de o comboio circular com 200 pessoas, a maioria sem ferimentos, não retira a gravidade do que se passou e podia ter passado. 

Leia o artigo completo na edição impressa do jornal i. Agora também pode receber o jornal em casa ou subscrever a nossa assinatura digital.

 

A fraca cultura preventiva do país


Por que razão não nos organizamos melhor fora das crises? 


O brutal acidente em Soure, que ainda está a ser investigado, levou já à primeira constatação de que as máquinas de manutenção como a que colidiu com o Alfa Pendular não estão equipadas com o sistema de controlo automático de velocidade (Convel), o que já tinha sido motivo de alerta por parte do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF). É este mesmo gabinete que o assinala na sua primeira avaliação. Como noutras tragédias, em que muitas vezes se acumula uma sucessão de falhas e azar, vem ao de cima a fraca cultura de prevenção no país que, de resto, ressalta nas mais diferentes áreas, dos acidentes com infraestruturas aos incêndios, passando pela corrupção, onde o país vem sendo sinalizado, por exemplo, pelo Conselho da Europa, em relatórios a que todos os anos se parece ligar pouco, para depois, quando é conhecido algum caso suspeito de crime ou com contornos menos éticos, haver um coro de estupefação. Por que razão não nos organizamos melhor fora das crises? Como é possível haver uma recomendação de segurança de um gabinete de prevenção e investigação de acidentes que não é prontamente acatada?

Sobre o acidente de Soure, o ministro das Infraestruturas fez este fim de semana um post nas redes sociais assegurando que o caso está a ser investigado e lembrando que iam no comboio 200 pessoas. “O que é ingrato é sabermos que a ferrovia é um dos meios de transporte mais seguros que temos, mas que os acidentes também ocorrem na ferrovia”, escreveu Pedro Nuno Santos, sem qualquer referência ao dito sistema. Ninguém diz que, por causa de um acidente, toda a ferrovia é insegura e que as entidades sejam incompetentes, mas, para já, houve esta falha destapada por este acidente. Se foi determinante, não sabemos, mas não pode ser desvalorizada e o facto de o comboio circular com 200 pessoas, a maioria sem ferimentos, não retira a gravidade do que se passou e podia ter passado. 

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