Covid-19, Auditoria Interna e Fraude


Neste cenário de elevada incerteza e volatilidade, a Auditoria Interna assume um papel determinante para as organizações, devido, por um lado, ao elevado número de ameaças a que as suas atividades as expõem – incluindo o risco de fraude –  e, por outro lado, às oportunidadesque as evoluções técnicas e as inovações tecnológicasoferecem para o…


O atual cenário de pandemia provocado pelo vírus Covid-19 tem naturais impactos económicos, financeiros e sociais que afetam todas as organizações, independentemente da sua natureza ou objeto de atividade. Neste cenário de elevada incerteza e volatilidade, a Auditoria Interna assume um papel determinante para as organizações, devido, por um lado, ao elevado número de ameaças a que as suas atividades as expõem – incluindo o risco de fraude – e, por outro lado, às oportunidades que as evoluções técnicas e as inovações tecnológicas oferecem para o crescimento dessas ou outras atividades. Tal apenas se pode materializar caso a Auditoria Interna tenha a consciência de que também se deve adaptar ao “novo normal”, com agilidade e de forma sustentável, mas prosseguindo a sua função na terceira linha de defesa. Essa posição é privilegiada para ajudar nesta crise pandémica, em virtude do seu conhecimento único e transversal das organizações, que lhe permitirá avaliar o processo integrado de identificação, analise e mitigação de riscos com impacto nos objetivos e na atividade das organizações.

Neste contexto, a Deloitte publicou um documento que sintetiza o atual e futuro papel da Auditoria Interna face à nova conjuntura enfrentada pelas organizações. Algumas das conclusões podem também ser aplicadas ao fenómeno da Fraude nas organizações, uma vez que a Auditoria interna, de acordo com o mais recente Relatório Anual da Association of Certified Fraud Examiners (ACFE), é a segunda fonte mais importante de deteção de Fraude, com 15% dos casos, imediatamente atrás das denúncias, sendo que destas, 12% foram comunicadas diretamente à auditoria interna das respetivas organizações.

Segundo o estudo acima mencionado, o novopapel da Auditoria Interna deve passar por:

-Flexibilizar o plano de auditoria, sendo “agile” no seu plano anual de atividades;

-Priorizar riscos emergentes, endereçando de forma pragmática esses riscos;

-Auditar em modo remoto, mantendo a atividade de auditoria em períodos de crise;

-Coordenar com outras áreas, evitando a sobreposição com áreas de controlo e compliance, ou mesmo com o auditor externo;

-Antecipar e ajustar,alinhando recursosinternos (financeiros, humanos, IT…) para a fase de recuperação;

-Assurance em tempo real, tendo uma voz ativa e presente e de atuação rápida;

-Observar prioridades e perspetivas,mantendo uma linha aberta com o órgão de supervisão e o regulador;

-Cumprir com requisitos estatutários e regulatórios, garantindo transparência e acompanhamento constante.

Para além do papel da Auditoria Interna, o estudo enfatiza igualmente os seus desafios futuros(e atuais) no fornecimento de serviços de garantia (assurance) e consultoria (consulting) nas organizações, nomeadamente:

-Trabalho remoto, assegurando a motivação, o apoio, o acompanhamento e as condições da equipa de auditoria interna;

-Ligação com os auditados, atravésde videochamadas com interlocutores chave;

-Independência, garantindo que a Auditoria Interna não é um obstáculo ao apoio que a organização pode necessitar;

-Antecipação dopós-covid,preparando as mudanças inevitáveis na auditoria interna e nos negócios auditados.

Por último, o estudo identificaalguns riscos emergentes para os quais as organizações devem prestar mais atenção, e que necessariamente interessam à Auditoria Interna na prevenção, deteção e combate à fraude:

-Cibersegurança,com o aumento da probabilidade de ocorrência de ataques cibernéticos;

-Controlo de acessos, avaliando segregação de funções e potenciais situações de fraude;

-Cadeia de abastecimento, face aos obstáculos à operação na cadeia de abastecimento e logística;

-Novas tecnologias, através de operações segundo novos métodos e com novas ferramentas;

-Continuidade e resiliência, com a necessidade de preparar a empresa para situações extremas;

-Controlos internos, para manter um ambiente de controlo estável;

-Contratos, face à pressão sobre entidades externas;

-Capital humano, pois é essencial manter a força de trabalho apesar das circunstâncias;

-Coberturas de seguros, em virtude da alteração ao contexto de local e acidentes de trabalho.

Todas estas considerações sobre o papel e desafios da Auditoria Interna e Riscos para as organizações em tempos de e pós-covid, deverão ser sujeitas a uma monitorizaçãocontínua e a uma eventual revisão, em função da evolução da conjuntura, que será inevitavelmente diferente daquela que vivemos até ao final do ano passado.

O impacto do vírus Covid-19 seria um dos temas a abordarna Conferência Europeia de Auditoria Interna agendada para este ano, em Portugal, numa organização conjunta do Instituto Português de Auditoria Interna (IPAI)ea European Confederation of Institutes of Internal Auditing(ECIIA), porém,em virtude da conjuntura atual, teve de ser adiada para outubro de 2022. Save the Date!

Gabriel Magalhães

Covid-19, Auditoria Interna e Fraude


Neste cenário de elevada incerteza e volatilidade, a Auditoria Interna assume um papel determinante para as organizações, devido, por um lado, ao elevado número de ameaças a que as suas atividades as expõem – incluindo o risco de fraude -  e, por outro lado, às oportunidadesque as evoluções técnicas e as inovações tecnológicasoferecem para o…


O atual cenário de pandemia provocado pelo vírus Covid-19 tem naturais impactos económicos, financeiros e sociais que afetam todas as organizações, independentemente da sua natureza ou objeto de atividade. Neste cenário de elevada incerteza e volatilidade, a Auditoria Interna assume um papel determinante para as organizações, devido, por um lado, ao elevado número de ameaças a que as suas atividades as expõem – incluindo o risco de fraude – e, por outro lado, às oportunidades que as evoluções técnicas e as inovações tecnológicas oferecem para o crescimento dessas ou outras atividades. Tal apenas se pode materializar caso a Auditoria Interna tenha a consciência de que também se deve adaptar ao “novo normal”, com agilidade e de forma sustentável, mas prosseguindo a sua função na terceira linha de defesa. Essa posição é privilegiada para ajudar nesta crise pandémica, em virtude do seu conhecimento único e transversal das organizações, que lhe permitirá avaliar o processo integrado de identificação, analise e mitigação de riscos com impacto nos objetivos e na atividade das organizações.

Neste contexto, a Deloitte publicou um documento que sintetiza o atual e futuro papel da Auditoria Interna face à nova conjuntura enfrentada pelas organizações. Algumas das conclusões podem também ser aplicadas ao fenómeno da Fraude nas organizações, uma vez que a Auditoria interna, de acordo com o mais recente Relatório Anual da Association of Certified Fraud Examiners (ACFE), é a segunda fonte mais importante de deteção de Fraude, com 15% dos casos, imediatamente atrás das denúncias, sendo que destas, 12% foram comunicadas diretamente à auditoria interna das respetivas organizações.

Segundo o estudo acima mencionado, o novopapel da Auditoria Interna deve passar por:

-Flexibilizar o plano de auditoria, sendo “agile” no seu plano anual de atividades;

-Priorizar riscos emergentes, endereçando de forma pragmática esses riscos;

-Auditar em modo remoto, mantendo a atividade de auditoria em períodos de crise;

-Coordenar com outras áreas, evitando a sobreposição com áreas de controlo e compliance, ou mesmo com o auditor externo;

-Antecipar e ajustar,alinhando recursosinternos (financeiros, humanos, IT…) para a fase de recuperação;

-Assurance em tempo real, tendo uma voz ativa e presente e de atuação rápida;

-Observar prioridades e perspetivas,mantendo uma linha aberta com o órgão de supervisão e o regulador;

-Cumprir com requisitos estatutários e regulatórios, garantindo transparência e acompanhamento constante.

Para além do papel da Auditoria Interna, o estudo enfatiza igualmente os seus desafios futuros(e atuais) no fornecimento de serviços de garantia (assurance) e consultoria (consulting) nas organizações, nomeadamente:

-Trabalho remoto, assegurando a motivação, o apoio, o acompanhamento e as condições da equipa de auditoria interna;

-Ligação com os auditados, atravésde videochamadas com interlocutores chave;

-Independência, garantindo que a Auditoria Interna não é um obstáculo ao apoio que a organização pode necessitar;

-Antecipação dopós-covid,preparando as mudanças inevitáveis na auditoria interna e nos negócios auditados.

Por último, o estudo identificaalguns riscos emergentes para os quais as organizações devem prestar mais atenção, e que necessariamente interessam à Auditoria Interna na prevenção, deteção e combate à fraude:

-Cibersegurança,com o aumento da probabilidade de ocorrência de ataques cibernéticos;

-Controlo de acessos, avaliando segregação de funções e potenciais situações de fraude;

-Cadeia de abastecimento, face aos obstáculos à operação na cadeia de abastecimento e logística;

-Novas tecnologias, através de operações segundo novos métodos e com novas ferramentas;

-Continuidade e resiliência, com a necessidade de preparar a empresa para situações extremas;

-Controlos internos, para manter um ambiente de controlo estável;

-Contratos, face à pressão sobre entidades externas;

-Capital humano, pois é essencial manter a força de trabalho apesar das circunstâncias;

-Coberturas de seguros, em virtude da alteração ao contexto de local e acidentes de trabalho.

Todas estas considerações sobre o papel e desafios da Auditoria Interna e Riscos para as organizações em tempos de e pós-covid, deverão ser sujeitas a uma monitorizaçãocontínua e a uma eventual revisão, em função da evolução da conjuntura, que será inevitavelmente diferente daquela que vivemos até ao final do ano passado.

O impacto do vírus Covid-19 seria um dos temas a abordarna Conferência Europeia de Auditoria Interna agendada para este ano, em Portugal, numa organização conjunta do Instituto Português de Auditoria Interna (IPAI)ea European Confederation of Institutes of Internal Auditing(ECIIA), porém,em virtude da conjuntura atual, teve de ser adiada para outubro de 2022. Save the Date!

Gabriel Magalhães