Em entrevista no Jornal da na Noite, da Sic, António Costa falou sobre as medidas tomadas pelo Governo para conter a propagação do Covid-19.
"Temos de ir enfrentando este desafio com a consciência que temos de dar tudo por tudo" para salvar as pessoas, mas temos também "de continuar a viver" e as medidas adotadas pelo Governo são ajustadas às necessidades. Costa defende ainda que o Governo "deve intervir no estritamente essencial", defende o primeiro-ministro, no dia em que foi registada a primeira vítima mortal infetada pelo Covid-19.
Questionado sobre a falta de materiais nos hospitais que várias instituições de saúde têm apresentado, Costa defende que existem 2 milhões de máscaras de reserva. "Temos de fazer a gestão dos recursos", sublinha. O pico da epidemia em Portugal deverá acontecer no final de abril, afirma António Costa mas é necessário"reforçar recursos para o caso de haver um aumento anormal”, adiantou. “Temos de estar sempre a prever o imprevisto”, acrescentou.
No que toca à falta de controlo de saída de pessoas dos aeroportos portugueses, o primeiro-ministro afirma que o "único país europeu que adotou medidas de controlo foi Itália", o país europeu mais infetado pelo novo coronavírus. António Costa afirma ser essencial "agir responsavelmente no quadro da UE" e aponta que os países que não o têm feito "têm feito mal".
O primeiro-ministro falou ainda sobre o impacto da Covid-19 na economia portuguesa e disse que esta terça-feira irá decorrer uma reunião entre ministro das Finanças e da Economia para anunciar medidas de apoio às empresas e às famílias. “As medidas que vamos desenhar amanhã são para PME e trata-se de um pacote bastante diversificado”, dando como exemplos uma linha de crédito, diferimento de obrigações ou moratórias dos bancos. “Hoje há uma função de responsabilidade social muito grande que os bancos têm de assumir.
António Costa reconheceu que este ano, provavelmente “já não haverá excedente” mas sublinha que Portugal se encontra "em vantagem" devido à "gestão responsável” que têm ocorrido por parte do Governo. “Olhamos para o futuro com preocupação. Temos uma vantagem por estarmos numa situação de equilíbrio que não estávamos há quatro anos”, concluiu.