Racismo: ver o mundo a preto e branco


Fará sentido falar-se em racismo de cada vez que há um crime em que a vítima é uma pessoa negra? Existe sem dúvida preconceito – e até casos pontuais de racismo – mas não creio que Portugal seja um país estruturalmente ou especialmente racista.


O país tem assistido nestas últimas semanas a inúmeros casos de violência que nos deixam em sobressalto, sendo um dos mais graves o que resultou na morte de Giovani Rodrigues, um jovem cabo-verdiano que se tinha instalado em Bragança há pouco tempo para estudar no Politécnico. As circunstâncias do crime ainda não foram totalmente esclarecidas, mas houve quem de imediato viesse afirmar que as bárbaras agressões foram motivadas pela cor da pele. Hoje sabemos que felizmente não foi assim.

As mesmas acusações surgiram logo que circularam as primeiras imagens de Cláudia Simões com a cara inchada, ao que tudo indica após ter sido vítima de violência policial. Cláudia Simões alegou ter sido espancada pela polícia devido ao simples facto de a sua filha não ter bilhete de autocarro – e ativistas vieram de imediato acusar os agentes de racismo. Mais uma vez, julgo que se tiraram conclusões precipitadas.

Fará sentido falar-se em racismo de cada vez que há um crime em que a vítima é uma pessoa negra? Existe sem dúvida preconceito – e até casos pontuais de racismo – mas não creio que Portugal seja um país estruturalmente ou especialmente racista. Brancos e negros convivem pacificamente, muitas vezes desde os bancos da escola. Há milhares de portugueses em Angola e Moçambique e milhares de africanos ou descendentes de africanos em Portugal.

Repito: Portugal não é um país racista. Mas estas acusações inflamadas de racismo podem ressuscitar esse fantasma. Na passada sexta-feira, um motorista da Vimeca foi agredido brutalmente, vindo a confirmar-se que se trata do mesmo homem que denunciou Cláudia Simões por não ter bilhete. Com as acusações mútuas e os ânimos exaltados, casos destes podem multiplicar-se.

Embora o racismo seja um tema com o qual temos de lidar com o maior cuidado, parece haver quem queira atiçar a ferida e apelar ao ódio e à revolta. Com que intenção, não se percebe exatamente. Claro que há sempre quem veja o mundo a preto e branco – mas não queremos que seja essa visão a prevalecer.


Racismo: ver o mundo a preto e branco


Fará sentido falar-se em racismo de cada vez que há um crime em que a vítima é uma pessoa negra? Existe sem dúvida preconceito – e até casos pontuais de racismo – mas não creio que Portugal seja um país estruturalmente ou especialmente racista.


O país tem assistido nestas últimas semanas a inúmeros casos de violência que nos deixam em sobressalto, sendo um dos mais graves o que resultou na morte de Giovani Rodrigues, um jovem cabo-verdiano que se tinha instalado em Bragança há pouco tempo para estudar no Politécnico. As circunstâncias do crime ainda não foram totalmente esclarecidas, mas houve quem de imediato viesse afirmar que as bárbaras agressões foram motivadas pela cor da pele. Hoje sabemos que felizmente não foi assim.

As mesmas acusações surgiram logo que circularam as primeiras imagens de Cláudia Simões com a cara inchada, ao que tudo indica após ter sido vítima de violência policial. Cláudia Simões alegou ter sido espancada pela polícia devido ao simples facto de a sua filha não ter bilhete de autocarro – e ativistas vieram de imediato acusar os agentes de racismo. Mais uma vez, julgo que se tiraram conclusões precipitadas.

Fará sentido falar-se em racismo de cada vez que há um crime em que a vítima é uma pessoa negra? Existe sem dúvida preconceito – e até casos pontuais de racismo – mas não creio que Portugal seja um país estruturalmente ou especialmente racista. Brancos e negros convivem pacificamente, muitas vezes desde os bancos da escola. Há milhares de portugueses em Angola e Moçambique e milhares de africanos ou descendentes de africanos em Portugal.

Repito: Portugal não é um país racista. Mas estas acusações inflamadas de racismo podem ressuscitar esse fantasma. Na passada sexta-feira, um motorista da Vimeca foi agredido brutalmente, vindo a confirmar-se que se trata do mesmo homem que denunciou Cláudia Simões por não ter bilhete. Com as acusações mútuas e os ânimos exaltados, casos destes podem multiplicar-se.

Embora o racismo seja um tema com o qual temos de lidar com o maior cuidado, parece haver quem queira atiçar a ferida e apelar ao ódio e à revolta. Com que intenção, não se percebe exatamente. Claro que há sempre quem veja o mundo a preto e branco – mas não queremos que seja essa visão a prevalecer.