O EuroBic anunciou, esta segunda-feira, que, na sequência da investigação Luanda Leaks, encerrou “a relação comercial com entidades controladas pelo universo da acionista Eng.ª Isabel dos Santos e pessoas estreitamente relacionadas com a mesma".
“Na sequência dos eventos mediáticos suscitados pela divulgação de informações reservadas relativas à Eng.ª Isabel dos Santos – apresentadas internacionalmente como Luanda Leaks – e a perceção pública de que este Banco possa não cumprir integralmente as suas obrigações pelo facto de a Eng.ª Isabel dos Santos ser um dos seus acionistas de referência, o Conselho de Administração do EuroBic, em reunião hoje efetuada, deliberou: encerrar a relação comercial com entidades controladas pelo universo da acionista Eng.ª Isabel dos Santos e pessoas estreitamente relacionadas com a mesma”, começa por referir em comunicado o EuroBic.
“No respeito pelos deveres de sigilo bancário a que o Banco está sujeito, apenas podemos esclarecer publicamente que os pagamentos ordenados pela cliente Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) à Matter Business Solutions respeitaram os procedimentos legais e regulamentares formalmente aplicáveis no âmbito da regular relação comercial existente entre este Banco e a Sonangol, designadamente os que se referem à prevenção do branqueamento de capitais”, acrescenta a mesma nota da entidade presidida pelo ex-ministro das Finanças Fernando Teixeira dos Santos.
Recorde-se que o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação publicou uma investigação, apelidada de Luanda Leaks, onde foram analisados 715 mil documentos que mostram esquemas financeiros feitos alegadamente por parte da empresária e acusam-na de se ter tornado a mulher mais rica do país através de corrupção.
Esta investigação põe a nu centenas de benefícios conseguidos pela empresária angolana durante a presidência do seu pai, José Eduardo dos Santos, revelou o Expresso. Um cenário que contraria os argumentos que têm sido usados, nos últimos dias, por Isabel dos Santos ao negar que tenha sido beneficiado pelo Estado de Angola, argumentando que existe um ataque concertado da atual governação do país contra si, com motivações políticas.
Acusada de não ter sido completamente transparente sobre os seus negócios, Isabel dos Santos nega. "Isso não é verdade", diz. A empresária acrescenta ainda que todo o seu sucesso é uma consequência das suas escolhas e esforços.
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