“Devemos a liberdade tanto ao 25 de abril como ao 25 de Novembro”

“Devemos a liberdade tanto ao 25 de abril como ao 25 de Novembro”


A frase é de António Barreto que defende, no entanto, que “devemos e podemos aligeirar as festas e comemorações.


Na sequência do diploma entregue pelo Chega para que a data do 25 de Novembro seja festejada na AR à semelhança do 25 de Abril, o sociólogo António Barreto recorda importância da data, mas considera que quase 50 anos depois é indiferente o reconhecimento público.

Acha que faz sentido celebrar o 25 de Novembro da mesma forma que o 25 de Abril?

Sinceramente, hoje, quase 50 anos depois, é-me indiferente que haja reconhecimento público ou não. Gostaria que, em seu devido tempo, tivesse havido a comemoração e o agradecimento. Mas os portugueses em geral e os políticos em particular nunca tiveram grande apreço por essa data, apesar de haver muitos, mesmo muitos, certamente a maioria, que consideram que devemos a liberdade tanto ao 25 de Abril como ao 25 de Novembro. Eu penso isso.

De qualquer maneira, penso que devemos e podemos aligeirar as festas e as comemorações. Trata-se de um tique antigo, próprio de algumas direitas e de algumas esquerdas. Há gente que quer comemorar, fazer feriados especiais e festejar solenemente certas datas, pois pensam que assim ficam”donos” da História. Pior ainda, pensam que dessa maneira se consegue fixar uma opção e que as jovens gerações respeitem essas datas. Falso! O 5 de Outubro, por exemplo, deixou de ter qualquer significado. O 1.º de Dezembro, também. O 25 de Abril para lá caminha. O 28 de Maio já morreu. O 25 de Novembro nunca existiu. Uma sessão de debate político, no Parlamento, de vez em quando? Acho que sim, se houver reflexão e discussão. Também para o 25 de Abril.

Faz sentido apresentar este projeto de resolução agora, mais de 40 anos depois da ação militar?

Feriado nacional, comemoração solene anual? Acho que já não.

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