Espionagem doméstica aumenta em Portugal

Espionagem doméstica aumenta em Portugal


O ano passado foram encontrados 67 programas de espionagem em tablets, computadores ou telemóveis. Este ano já foram descobertos 93.


Nos primeiros meses do ano, 93 portugueses encontraram programas de espionagem doméstica instalados nos seus telemóveis, tablets ou computadores. Os dados são da empresa Kaspersky Lab, que este mês divulgou um relatório onde é revelado que, em todo o mundo, 37 mil pessoas detetaram este tipo de programas nos seus aparelhos.

A empresa alerta para a existência no mercado deste tipo de ferramentas, que estão disponíveis em várias gamas, sendo que todas a preços acessíveis.

O relatário alerta ainda que até as versãoes mais básicas destes programas podem dar a localização exata do utilizador que usa o aparelho, dando também acesso a mensagens enviadas pelos computadores. 

Apesar de os países mais afetados serem a Rússia, a Índia e o Brasil, Portugal registou um crescimento no número de aparelhos afetados. Comparativamente ao ano passado, houve um aumento de 28% nos aparelhos afetados.

O relatório sobre starkarware – uma expressão inglesa que descreve programas informáticos comerciais utilizados como ferramenta doméstica para espionagem – refere ainda que estes programas de vigilância, “usados para espiar colegas de trabalho, familiares e até parceiros” estão a ter uma grande procura e a existência de um mercado global é comprovada “pela diversidade geográfica das zonas onde estes ataques são mais populares mostra que há um mercado global para estas ferramentas. Os dez países com o maior número de utilizadores afectados não têm semelhanças geopolíticas nem estão próximos uns dos outros”. A Rússia, a Índia e o Brasil são os países mais afectados, mas o número de vítimas também está a aumentar em Portugal.

Já várias pessoas contactaram a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) com receio de estarem a ser espionadas, segundo o jornal Público.