O erro diplomático de Marcelo e a chinesice em que Portugal se está tornando


A Rota da Seda mais não é do que o plano chinês para criar um mundo liderado por si, com posição secundária, subjugada ou isolada dos Estados Unidos da América.


1. Uma precipitação. É o mínimo que se poderá dizer sobre a visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, à China, pelo período de quase uma semana (primeiro, em intervenção no Fórum Faixa e Rota; depois para visita de Estado), tornando esta deslocação uma das mais longas do mandato de Marcelo. Segundo relatos de fontes próximas de Marcelo – devidamente atestados pelas imagens televisivas do Presidente a brincar na Muralha da China, em amena cavaqueira com Augusto Santos Silva –, o Presidente da República mostrou um entusiasmo com a perspetiva de se encontrar novamente com o Presidente Xi como nunca se havia visto relativamente a uma deslocação internacional. Não desconhecemos que Marcelo tem uma ligação especial com a China, na medida em que uma parte relevantíssima da sua família aí se encontra a residir e a trabalhar – o que terá certamente acrescido à felicidade individual de Marcelo. No entanto, embora fiquemos sensibilizados com a felicidade pessoal de Marcelo, a verdade é que a sua visita à República Popular da China, neste momento, é um erro diplomático.

2. Primeiro: Marcelo fez coincidir o momento da sua visita de Estado com a realização de uma etapa crucial da ofensiva estratégica chinesa imperialista conhecida como Rota da Seda, que pretende reconstituir as velhas rotas que ligam o este e o oeste na região da Ásia-Pacífico. Coloquemos a questão em termos mais claros e isentos de dúvidas: a Rota da Seda mais não é do que o plano chinês para criar um mundo liderado por si, com posição secundária, subjugada ou isolada dos Estados Unidos da América. O plano há muito que tem vindo a ser executado pelas autoridades chinesas, tendo adquirido uma especial prioridade (e perigosidade) com a ascensão do Presidente Xi Jinping. Efetivamente, o atual secretário-geral do Partido Comunista Chinês e Presidente da República Popular da China (a sempre tão idolatrada pelos comunistas confusão entre partido e Estado) é o mais radical e totalitário dos líderes chineses, porventura, desde Mao Tsé-Tung. O camarada Xi é implacável para com os seus adversários políticos, desconhecendo-se o paradeiro de muitos, entre os quais parceiros comerciais de Portugal; aumentou o número de campos de concentração na China e os consequentes crimes contra os direitos humanos – a China é um Estado policial e verdadeiramente selvagem na relação com o seu povo; o camarada supremo Xi logrou alcançar o que os líderes chineses imediatamente anteriores não conseguiram: tornar-se líder chinês vitalício, consolidando o seu estatuto de déspota do povo comunista com pretensões a imperador do mundo. 

3. É, pois, este líder político totalitário, violador dos demais elementares direitos humanos, com intenções de implementar o “iv Reich” (com uma ambição e sofisticação que excedem, em muito, as de Adolf Hitler), que persegue, com violência, judeus e cristãos – que é o ídolo dos globalistas. Porque estes, afinal, só se preocupam obsessivamente com uma realidade muito simples: dinheiro. Onde cheirar a dinheiro é para onde eles vão – não querem, pois, saber verdadeiramente de defesa de direitos individuais, da democracia ou de direitos humanos. Estes fatores só relevam quando pretendem dar-nos lições de (pretenso) civismo e genialidade política para persuadir o povo, nas sociedades democráticas, a votar nos candidatos que mais interessam aos seus interesses pessoais. Atentemos na dupla hipocrisia de Marcelo Rebelo de Sousa, esse globalista tão preocupado com a democracia e os direitos humanos: o nosso estimado Presidente da República, como é público e notório, rodeou-se de inúmeras cautelas e preocupações mediáticas, aquando da sua visita aos EUA, para se encontrar com o Presidente Donald Trump. Razão: o político obcecado pela popularidade, Rebelo de Sousa, não poderia permitir que passasse para os portugueses a imagem de que sentiu nostalgia com um líder político dito populista. Tudo isto é demais para Marcelo Rebelo de Sousa – donde, o Presidente da República, no rescaldo da sua visita à Casa Branca, limitou-se a meter no Expresso (sempre o mesmo!) que fizera um extraordinário cumprimento de mão, aplicando um golpe que aprendera quando praticava judo. Por muito patética que possa parecer tal afirmação, ela mais não é do que uma “marcelice” típica: pretende transmitir a ideia de que esteve na Casa Branca, não estando. Esteve com o Presidente Trump apenas para o confrontar e mostrar quem tem o cumprimento de mão mais forte… Marcelo temeu, pois, o impacto que a sua visita a Washington poderia ter na sua popularidade junto da esquerda geringonçada. 

4. Ora, o Presidente Donald Trump foi eleito pelo povo e é líder de uma grande (e grandiosa) democracia onde vigora o princípio do Estado de direito, cumpre escrupulosamente o princípio da separação de poderes, é um defensor acérrimo da liberdade e das liberdades; já o camarada Xi é um autocrata, governando apenas de acordo com a sua vontade, com um projeto imperialista de dominação económica e cultural do mundo, como, aliás, atestam os seus escritos sobre a governação chinesa. No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa não se coibiu de cumprimentar efusivamente, agarrar a mão e o braço do Presidente camarada Xi, de lhe lançar os mais calorosos encómios e de ser fotografado para a posteridade com o autocrata imperialista chinês. Esta duplicidade moral – que mais não é do que uma pura hipocrisia moral – dos políticos do sistema (de que Marcelo é um dos representantes mais lídimos) é verdadeiramente aterradora. 

5. Segunda hipocrisia de Marcelo: como todos sabemos, o nosso queridíssimo Presidente da República tem repetido várias declarações no sentido de Portugal não poder alinhar a sua política externa estratégica com os designados populismos que grassam na Europa. Mais uma vez, Marcelo fez questão de receber com frieza (e quase secretamente) Viktor Orbán, da Hungria; de apenas cumprimentar Sebastian Kurz, da Áustria; de distanciar-se o mais possível dos países da Europa de leste, incluindo a Polónia e a República Checa. Pois bem, com quem é que Marcelo se sentou e alinhou alegremente no Fórum Faixa e Rota, projeto de conquista e dominação internacional chinesa? Exatamente: com esses mesmos populistas que Marcelo diz tanto odiar. Os países europeus que se fizeram representar ao mais alto nível na China foram esses Governos populistas que Marcelo proclama tanto desprezar – e que viram na China a alternativa (em termos de financiamento) à União Europeia! Com que lata poderá depois vir Marcelo Rebelo de Sousa hostilizar os Governos com quem alinhou nesta paixão obsessiva pela China imperialista? 

6. É um retrato fiel da falência moral das nossas elites: cá no burgo, dão lições de democracia, escrevem tratados de direitos humanos, peroram sobre a tolerância e a limitação do poder político, manifestam-se contra o materialismo; porém, quando cheira ao dinheiro chinês, esquecem tudo e limitam-se a babar-se perante o maravilhoso mundo novo de dinheiro e luxos materiais prometidos pelo camarada Presidente Xi. Não admira, assim, que Portugal esteja a tornar-se uma chinesice. Prosseguiremos na próxima semana. 

O erro diplomático de Marcelo e a chinesice em que Portugal se está tornando


A Rota da Seda mais não é do que o plano chinês para criar um mundo liderado por si, com posição secundária, subjugada ou isolada dos Estados Unidos da América.


1. Uma precipitação. É o mínimo que se poderá dizer sobre a visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, à China, pelo período de quase uma semana (primeiro, em intervenção no Fórum Faixa e Rota; depois para visita de Estado), tornando esta deslocação uma das mais longas do mandato de Marcelo. Segundo relatos de fontes próximas de Marcelo – devidamente atestados pelas imagens televisivas do Presidente a brincar na Muralha da China, em amena cavaqueira com Augusto Santos Silva –, o Presidente da República mostrou um entusiasmo com a perspetiva de se encontrar novamente com o Presidente Xi como nunca se havia visto relativamente a uma deslocação internacional. Não desconhecemos que Marcelo tem uma ligação especial com a China, na medida em que uma parte relevantíssima da sua família aí se encontra a residir e a trabalhar – o que terá certamente acrescido à felicidade individual de Marcelo. No entanto, embora fiquemos sensibilizados com a felicidade pessoal de Marcelo, a verdade é que a sua visita à República Popular da China, neste momento, é um erro diplomático.

2. Primeiro: Marcelo fez coincidir o momento da sua visita de Estado com a realização de uma etapa crucial da ofensiva estratégica chinesa imperialista conhecida como Rota da Seda, que pretende reconstituir as velhas rotas que ligam o este e o oeste na região da Ásia-Pacífico. Coloquemos a questão em termos mais claros e isentos de dúvidas: a Rota da Seda mais não é do que o plano chinês para criar um mundo liderado por si, com posição secundária, subjugada ou isolada dos Estados Unidos da América. O plano há muito que tem vindo a ser executado pelas autoridades chinesas, tendo adquirido uma especial prioridade (e perigosidade) com a ascensão do Presidente Xi Jinping. Efetivamente, o atual secretário-geral do Partido Comunista Chinês e Presidente da República Popular da China (a sempre tão idolatrada pelos comunistas confusão entre partido e Estado) é o mais radical e totalitário dos líderes chineses, porventura, desde Mao Tsé-Tung. O camarada Xi é implacável para com os seus adversários políticos, desconhecendo-se o paradeiro de muitos, entre os quais parceiros comerciais de Portugal; aumentou o número de campos de concentração na China e os consequentes crimes contra os direitos humanos – a China é um Estado policial e verdadeiramente selvagem na relação com o seu povo; o camarada supremo Xi logrou alcançar o que os líderes chineses imediatamente anteriores não conseguiram: tornar-se líder chinês vitalício, consolidando o seu estatuto de déspota do povo comunista com pretensões a imperador do mundo. 

3. É, pois, este líder político totalitário, violador dos demais elementares direitos humanos, com intenções de implementar o “iv Reich” (com uma ambição e sofisticação que excedem, em muito, as de Adolf Hitler), que persegue, com violência, judeus e cristãos – que é o ídolo dos globalistas. Porque estes, afinal, só se preocupam obsessivamente com uma realidade muito simples: dinheiro. Onde cheirar a dinheiro é para onde eles vão – não querem, pois, saber verdadeiramente de defesa de direitos individuais, da democracia ou de direitos humanos. Estes fatores só relevam quando pretendem dar-nos lições de (pretenso) civismo e genialidade política para persuadir o povo, nas sociedades democráticas, a votar nos candidatos que mais interessam aos seus interesses pessoais. Atentemos na dupla hipocrisia de Marcelo Rebelo de Sousa, esse globalista tão preocupado com a democracia e os direitos humanos: o nosso estimado Presidente da República, como é público e notório, rodeou-se de inúmeras cautelas e preocupações mediáticas, aquando da sua visita aos EUA, para se encontrar com o Presidente Donald Trump. Razão: o político obcecado pela popularidade, Rebelo de Sousa, não poderia permitir que passasse para os portugueses a imagem de que sentiu nostalgia com um líder político dito populista. Tudo isto é demais para Marcelo Rebelo de Sousa – donde, o Presidente da República, no rescaldo da sua visita à Casa Branca, limitou-se a meter no Expresso (sempre o mesmo!) que fizera um extraordinário cumprimento de mão, aplicando um golpe que aprendera quando praticava judo. Por muito patética que possa parecer tal afirmação, ela mais não é do que uma “marcelice” típica: pretende transmitir a ideia de que esteve na Casa Branca, não estando. Esteve com o Presidente Trump apenas para o confrontar e mostrar quem tem o cumprimento de mão mais forte… Marcelo temeu, pois, o impacto que a sua visita a Washington poderia ter na sua popularidade junto da esquerda geringonçada. 

4. Ora, o Presidente Donald Trump foi eleito pelo povo e é líder de uma grande (e grandiosa) democracia onde vigora o princípio do Estado de direito, cumpre escrupulosamente o princípio da separação de poderes, é um defensor acérrimo da liberdade e das liberdades; já o camarada Xi é um autocrata, governando apenas de acordo com a sua vontade, com um projeto imperialista de dominação económica e cultural do mundo, como, aliás, atestam os seus escritos sobre a governação chinesa. No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa não se coibiu de cumprimentar efusivamente, agarrar a mão e o braço do Presidente camarada Xi, de lhe lançar os mais calorosos encómios e de ser fotografado para a posteridade com o autocrata imperialista chinês. Esta duplicidade moral – que mais não é do que uma pura hipocrisia moral – dos políticos do sistema (de que Marcelo é um dos representantes mais lídimos) é verdadeiramente aterradora. 

5. Segunda hipocrisia de Marcelo: como todos sabemos, o nosso queridíssimo Presidente da República tem repetido várias declarações no sentido de Portugal não poder alinhar a sua política externa estratégica com os designados populismos que grassam na Europa. Mais uma vez, Marcelo fez questão de receber com frieza (e quase secretamente) Viktor Orbán, da Hungria; de apenas cumprimentar Sebastian Kurz, da Áustria; de distanciar-se o mais possível dos países da Europa de leste, incluindo a Polónia e a República Checa. Pois bem, com quem é que Marcelo se sentou e alinhou alegremente no Fórum Faixa e Rota, projeto de conquista e dominação internacional chinesa? Exatamente: com esses mesmos populistas que Marcelo diz tanto odiar. Os países europeus que se fizeram representar ao mais alto nível na China foram esses Governos populistas que Marcelo proclama tanto desprezar – e que viram na China a alternativa (em termos de financiamento) à União Europeia! Com que lata poderá depois vir Marcelo Rebelo de Sousa hostilizar os Governos com quem alinhou nesta paixão obsessiva pela China imperialista? 

6. É um retrato fiel da falência moral das nossas elites: cá no burgo, dão lições de democracia, escrevem tratados de direitos humanos, peroram sobre a tolerância e a limitação do poder político, manifestam-se contra o materialismo; porém, quando cheira ao dinheiro chinês, esquecem tudo e limitam-se a babar-se perante o maravilhoso mundo novo de dinheiro e luxos materiais prometidos pelo camarada Presidente Xi. Não admira, assim, que Portugal esteja a tornar-se uma chinesice. Prosseguiremos na próxima semana.