O forrobodó da CGD não pára de nos surpreender


As trapalhadas da comissão de inquérito parlamentar que investiga o desvario da Caixa Geral de Depósitos no tempo de José Sócrates são bem reveladoras da classe política que temos. Durante muito tempo, o assunto queimava e poucos queriam que fosse debatido publicamente. O nome daqueles que ajudaram os portugueses a ficar mais pobres foram escondidos…


As trapalhadas da comissão de inquérito parlamentar que investiga o desvario da Caixa Geral de Depósitos no tempo de José Sócrates são bem reveladoras da classe política que temos. Durante muito tempo, o assunto queimava e poucos queriam que fosse debatido publicamente. O nome daqueles que ajudaram os portugueses a ficar mais pobres foram escondidos e só um erro tecnológico fez luz sobre tais criaturas, embora não na totalidade.

Mas, nos últimos tempos, o espetáculo dado pelos responsáveis pela supervisão também tem estado em linha com o comportamento dos deputados. Ou não se lembram ou as culpas são dos outros. Vítor Constâncio chegou mesmo a falar de um antigo vice-governador do Banco de Portugal (BdP) que entretanto morreu, dizendo de seguida: “Era eu que iria examinar essas operações de todos os bancos?”; “Tive o meu tempo ocupado”, foram algumas das pérolas avançadas pelo antigo governador do BdP. Já um dia antes, o seu sucessor, Carlos Costa, também nos tinha brindado com outras iguarias linguísticas, revelando que só tinha participado em 10% do conselho alargado de crédito e que só era chamado quando havia necessidade de haver quórum, na fase em que era administrador do banco público.

Já Manuel de Oliveira Rego, antigo revisor oficial de contas da Caixa Geral de Depósitos, explicou aos deputados que o acionista não fez o devido controlo do banco e que enviava relatórios trimestrais ao Ministério das Finanças e ao Banco de Portugal. “Não só detetámos [as situações anómalas] como monitorizámos todas essas situações de uma forma discriminada”. 

Com tanta inércia dos deputados, duvida-se que algum dia os verdadeiros responsáveis se sentem no banco dos réus ou paguem o que devem ao país. Como é bom viver neste cantinho à beira-mar plantado. Ontem ficou a saber-se que o presidente da federação de futebol alemã se demitiu porque se descobriu que tinha recebido um relógio no valor de seis mil euros. Outras latitudes, outras mentalidades.
 


O forrobodó da CGD não pára de nos surpreender


As trapalhadas da comissão de inquérito parlamentar que investiga o desvario da Caixa Geral de Depósitos no tempo de José Sócrates são bem reveladoras da classe política que temos. Durante muito tempo, o assunto queimava e poucos queriam que fosse debatido publicamente. O nome daqueles que ajudaram os portugueses a ficar mais pobres foram escondidos…


As trapalhadas da comissão de inquérito parlamentar que investiga o desvario da Caixa Geral de Depósitos no tempo de José Sócrates são bem reveladoras da classe política que temos. Durante muito tempo, o assunto queimava e poucos queriam que fosse debatido publicamente. O nome daqueles que ajudaram os portugueses a ficar mais pobres foram escondidos e só um erro tecnológico fez luz sobre tais criaturas, embora não na totalidade.

Mas, nos últimos tempos, o espetáculo dado pelos responsáveis pela supervisão também tem estado em linha com o comportamento dos deputados. Ou não se lembram ou as culpas são dos outros. Vítor Constâncio chegou mesmo a falar de um antigo vice-governador do Banco de Portugal (BdP) que entretanto morreu, dizendo de seguida: “Era eu que iria examinar essas operações de todos os bancos?”; “Tive o meu tempo ocupado”, foram algumas das pérolas avançadas pelo antigo governador do BdP. Já um dia antes, o seu sucessor, Carlos Costa, também nos tinha brindado com outras iguarias linguísticas, revelando que só tinha participado em 10% do conselho alargado de crédito e que só era chamado quando havia necessidade de haver quórum, na fase em que era administrador do banco público.

Já Manuel de Oliveira Rego, antigo revisor oficial de contas da Caixa Geral de Depósitos, explicou aos deputados que o acionista não fez o devido controlo do banco e que enviava relatórios trimestrais ao Ministério das Finanças e ao Banco de Portugal. “Não só detetámos [as situações anómalas] como monitorizámos todas essas situações de uma forma discriminada”. 

Com tanta inércia dos deputados, duvida-se que algum dia os verdadeiros responsáveis se sentem no banco dos réus ou paguem o que devem ao país. Como é bom viver neste cantinho à beira-mar plantado. Ontem ficou a saber-se que o presidente da federação de futebol alemã se demitiu porque se descobriu que tinha recebido um relógio no valor de seis mil euros. Outras latitudes, outras mentalidades.