Beneficiários da ADSE vão pagar quatro vezes mais por consultas médicas

Beneficiários da ADSE vão pagar quatro vezes mais por consultas médicas


Os beneficiários da ADSE vão passar a pagar 15 euros por consulta nos hospitais CUF e Luz. Hoje pagam 3,95 euros. Quanto aos Lusíadas pouco se sabe, mas o grupo já comunicou a vontade em quebrar este acordo Associação 30 de Julho pede a participação ativa dos beneficiários


Marcar uma consulta pela ADSE vai mudar nos principais hospitais privados. A diferença? O preço será quatro vezes superior. A partir do momento em que os hospitais abandonem o contrato com a ADSE, os beneficiários vão ser obrigados a pagar no ato da consulta médica de especialidade um total de, no mínimo, 35 euros, quando até agora pagavam apenas 3,95 euros. A ADSE garante o reembolso de 20,45.

Feitas as contas, mesmo depois do reembolso da ADSE, o utente passará a pagar cerca de 15 euros por consulta, quatro vezes mais do que aquilo que até agora acontecia. A saída deste acordo por parte de hospitais como os do grupo José de Mello Saúde, que gere os hospitais CUF, os do grupo Lusíadas ou os da Luz Saúde acaba por ser prejudicial para aqueles que apenas dispõem deste subsistema de saúde, sem qualquer outro seguro.

No que diz respeito ao grupo Lusíadas, este já informou estar a analisar o corte de relações com a ADSE, mas ainda pouco se sabe sobre o que irá acontecer. O i tentou marcar uma consulta no hospital do grupo em Lisboa com recurso a este subsistema e continua tudo como acontecia até hoje em termos de pagamentos e marcações.

Em comunicado, o grupo já tinha garantido que irá assegurar o acompanhamento e tratamento de todos os clientes e que “criará uma tabela própria para que os mesmos beneficiários possam aceder às [suas] unidades, podendo posteriormente pedir o reembolso à ADSE em regime livre”.

Na origem de todo este descontentamento por parte do grupo está uma tabela de preços que consideram desajustada ou que não permitem o nível de segurança e qualidade dos serviços prestados. Ao contrário deste grupo, há outros em que as mudanças já estão em marcha. Se for beneficiário da ADSE deve começar a estar atento, uma vez que estas novas condições vão entrar em vigor nos hospitais CUF e Luz nos próximos meses.

Os utentes que quiserem marcar uma consulta ou um exame nos hospitais e clínicas da rede Luz terão de o conseguir fazer para datas até dia 15 de abril, caso pretendam beneficiar dos regime convencional. Todas as marcações para uma data posterior terão o valor de 35 euros, sem contar com o posterior reembolso.

Ainda assim, o grupo afirma que, em casos especiais, como o acompanhamento até à data de alta depois do parto, tratamentos oncológicos e cuidados de saúde de internamento, iniciados antes do desse dia serão abrangidos pelo atual regime da ADSE. Quanto a exames ou consultas mais específicas, o hospital diz que estes irão estar sob consulta de uma nova tabela de preços especiais do hospital, mas que esta ainda não é conhecida.

Já nos hospitais CUF, o acordo será suspenso no próximo dia 12 de abril e o processo é idêntico ao que acontece nos hospitais da Luz. Os utentes que tiverem marcação de consultas ou exames até dia 11 de abril poderão usufruir da convenção até agora celebrada com a ADSE, a partir de dia 12 o preço mínimo é de 35 euros.

O i tentou perceber o que ia mudar na marcação de consultas no hospital da CUF Descobertas. Consultas de especialidade terão o custo de 35 euros e as de pediatria 37,5 euros. Já as consultas de atendimento permanente serão 40 euros e, neste caso, a ser necessário uma consulta de especialidade acrescem 35 euros.

O reembolso e os seguros de saúde Nas chamadas feitas pelo i para os dois hospitais, como se fosse um utente com ADSE, os esclarecimentos foram claros sobre se compensaria mais continuar com este subsistema ou fazer um seguro: “Caso tenha seguro, será mais barato. Até porque, neste caso e consoante a apólice, o utente irá pagar apenas 15 euros no ato da consulta e não terá de esperar pelo reembolso”.

Para receber o dinheiro da consulta ou exame, todos os beneficiários da ADSE deverão enviar os documentos originais da despesa, como o recibo ou fatura no prazo de seis meses desde o momento do pagamento.

A ADSE explica, no entanto, que não serão aceites recibos que contenham mais do que uma consulta médica ou um fracionamento da despesa a um médio em mais do que um recibo.

O dinheiro será reembolsado através de transferência bancária e não deve, em casos normais, demorar mais de dois meses depois do recebimento dos documentos. Através da ADSE direta, o prazo será menor.

No site da ADSE, os beneficiários podem ter acesso ao valor do reembolso através da tabela de preços e regras em vigor para o regime livre.