“The Kamagasaki Cauldron War” é o grande vencedor do Porto/Post/Doc

“The Kamagasaki Cauldron War” é o grande vencedor do Porto/Post/Doc


Filme do japonês Leo Sato volta a ser exibido neste domingo, às 21h30, no Grande Auditório do Rivoli, no Porto.


Um miúdo de 12 anos, uma prostituta e um carteirista. Eis os protagonistas com os quais, a partir de Kamagasaki, um bairro operário pobre e invisível em Osaka, Leo Sato, traça um novo retrato do que também é a sociedade japonesa. Novo porque nesse bairro já o realizador nipónico tinha rodado o documentário que deu o filme anterior a “The Kamagasaki Cauldron War”, vencedor do Grande Prémio by Vinhos Verdes de melhor filme da competição internacional da quinta edição do Porto/Post/Doc, que termina neste domingo, no Porto.

Neste regresso a Kamagasaki, Leo Sato construiu uma ficção que, rodada em 16mm, tem como atores os verdadeiros habitantes do bairro. Tudo isto numa narrativa trágico-cómica que o júri, composto por Javier H. Estrada, Kim Busch, Laurence Reymond, Stoffel Debuysere e Pedro Borges, produtor e distribuidor da Midas Filmes e diretor do Cinema Ideal, em Lisboa, destacou “pela sua empatia para com aqueles que se encontram nas margens da sociedade e pela forma como retoma e prossegue a tradição do cinema de protesto no Japão”, além da “forma como cria um divertido mundo de comédia a partir da difícil vida real das suas personagens, num gesto de generosidade colectiva”, homenageando “como poucos o sentido de comunidade”. 

Com uma menção honrosa, foi ainda distinguido “Fausto”, de Andrea Bussmann. Uma produção entre o México e o Canadá com realização descrita pelo júri como “uma reflexão ousada e cativante sobre a construção da história e da ficção como instrumentos da colonização”. 

Ainda na competição internacional, com “Hamada”, Eloy Domínguez Serén recebeu o prémio de melhor realização. Rodado em Marrocos, o filme parte de três personagens — Sidahmed, Zahara e Taher — para contar a história da opressão do povo saharaui, há mais de 40 anos em luta pelo direito à autodeterminação e à independência de Marrocos. 

Na secção competitiva Cinema Novo, dedicada ao cinema produzido no contexto universitário, o prémio de melhor filme, apoiado pelo Canal 180, foi atribuído a “No Ângulo das Ruas”. Um filme em que a realizadora Inês Alves documenta uma viagem sua a Maputo, Moçambique, em busca do que aí sobra de Lourenço Marques, cidade onde nasceu o seu pai. E “Tabu, Propriedade Privada”, de Maria Ganem, foi distinguido com uma menção honrosa. 

“A Volta ao Mundo Quando Tinhas 30 Anos”, de Aya Koretzky, foi o filme distinguido por um conjunto de quinze estudantes do ensino secundário a um conjunto de filmes pré-seleccionado dentro da programação do festival com o Prémio Teenage. O Prémio Arché Porto, apoiado pela Companhia das Culturas/ Pereira Monteiro Fundação para o melhor projeto apresentado na oficina Arché foi “Aiguallum Lamparo”, de David Tena Reiff. 

Os prémios da quinta edição do Porto/Post/Doc, que termina neste domingo, no Porto, foram anunciados na noite deste sábado, seguidos da projeção de “Sign of Times”, de Prince. 

Neste domingo, o festival volta a exibir o filme vencedor da competição internacional, “The Kamagasaki Cauldron War”, às 21h30, no Grande Auditório do Rivoli, onde a partir das 16h são ainda projetados “Escola de Rock”, de Amadeu Pena Silva, e “Abrantes 2”, de Miguel A. Trudu, seguidos de um concerto a reunir 50 músicos da Escola do Rock, de Paredes de Coura. Em paralelo, no Passos Manuel, é exibido o documentário de Nuno Duarte e Nuno Galopim sobre os Pop Dell’Arte, “Ainda Tenho Um Sonho ou Dois — A História dos Pop Dell’Arte”, e o filme de encerramento: “Matangi/Maya/M.I.A”, de Steve Loveridge.