Xangai. Procurador condenado a prisão perpétua por crimes de corrupção

Xangai. Procurador condenado a prisão perpétua por crimes de corrupção


O “manipulador da lei de Xangai” recebeu subornos de cerca de 10 milhões de euros


O procurador-geral de Xangai, Chen Xu, foi sentenciado a prisão perpétua, por aceitar subornos no valor de 74,2 milhões de yuan, o equivalente a cerca de 10 milhões de euros. Chen Xu, cognominado como o “manipulador da lei de Xangai”, ouviu a decisão do tribunal no passado 25 de outubro, que o declarou culpado pelo crime de corrupção entre os anos de 2000 e 2015.

O antigo procurador recusou-se a entrar na prisão sozinho,  denunciando 100 outros funcionários, com ligações aos seus crimes, que estão agora sob investigação, revelou ontem o jornal  “South China Morning Post” sem avançar mais informações.

Chen Xu construiu ao longo dos últimos 38 anos uma carreira promissora conseguindo alcançar, em 2008, o cargo de procurador-geral na capital financeira da China, Xangai. A ascensão terminou a 1 de março deste ano, quando foi detido.
Na origem da detenção estiveram várias denúncias de abuso de poder por parte do responsável judicial, que terão chegado à Comissão Central de Inspeção Disciplinar, órgão do Partido Comunista Chinês responsável pelo combate à corrupção.

Juntamente com Chen Xu, foram também condenados outros dois magistrados, culpados de aceitar subornos na ordem dos 16,8 e dos 2,8 milhões de euros, respetivamente.

Este caso destaca-se igualmente pelos seus contornos misteriosos, quando dois juízes, chamados a depor sobre os crimes de Chen Xu, morreram subitamente. Sabe-se que os magistrados terão sido convidados a jantar, não se conhecendo, contudo, a origem do convite. De acordo com o referido jornal de Hong Kong, não foram, divulgados quaisquer detalhes da investigação destas mortes. 

O caso de Chen Xu enquadra-se na política de anticorrupção levada a cabo pelo presidente chinês, Xi Jinping, desde 2013, quando ascendeu ao poder.