Bolsonaro, André Ventura e a falta de segurança…


A corrupção e a violência sempre anunciaram a chegada de ditadores e é isso que está a acontecer no Brasil. Bolsonaro não teve quase 50 milhões de votos a defender a igualdade, a democracia ou os “refugiados” económicos da Venezuela. O homem que é um apologista da ditadura militar está assim muito perto de se…


A corrupção e a violência sempre anunciaram a chegada de ditadores e é isso que está a acontecer no Brasil. Bolsonaro não teve quase 50 milhões de votos a defender a igualdade, a democracia ou os “refugiados” económicos da Venezuela. O homem que é um apologista da ditadura militar está assim muito perto de se tornar o novo presidente brasileiro já que, ao que tudo indica, ganhará com relativa facilidade a segunda volta das eleições. A grande questão é por que razão 50 milhões votaram num homem que não acredita na democracia. Hitler também foi eleito com os votos populares e foi o que se sabe. Hoje, o mundo está diferente e não acredito que Bolsonaro possa suspender a democracia e instalar uma ditadura, mas que os próximos tempos vão ser muito complicados, disso ninguém duvida. Os brasileiros fartaram-se da corrupção e desiludiram--se com o partido de Lula da Silva, tendo por isso feito uma mudança de 180 graus, já que o Partido dos Trabalhadores não se revelou muito diferente dos outros, isto é, também se deixou corromper pelo capital.

Bolsonaro, o homem que diz que se tivesse um filho gay preferia que ele morresse, que apoia o regresso da pena de morte, entre muitas outras pérolas, vai ter pela frente uma justiça que já provou não olhar a nomes em defesa da democracia. Sérgio Moro e seus pares deverão ter um papel muito importante nos próximos tempos, pelo menos antes de a Constituição ser alterada. Veremos se os militares não quererão ter um papel mais ativo na vida do país e darão ao futuro presidente todas as condições para a imposição de uma ditadura. Comparando com Portugal, seria o mesmo que, numa futura eleição, um sósia de Salazar ganhasse com maioria absoluta.

Não será fácil o povo que vota, o mais velho, ir numa cantiga dessas. Mas André Ventura acredita nisso e quer lançar um partido que defenda a prisão perpétua para homicidas e violadores, a proibição do casamento gay ou a castração de pedófilos. E porque acha Ventura que tem espaço para conquistar? Porque fenómenos como o de Estremoz, onde há quem possa agredir polícias sem ser presente a tribunal, começam a alastrar…