PSD. Ventura “deve renunciar ao mandato ainda este mês”

PSD. Ventura “deve renunciar ao mandato ainda este mês”


Vereador em Loures bate com a porta mas recolhe assinaturas para um congresso extraordinário


O vereador social-democrata em Loures André Ventura tenciona renunciar ao mandato autárquico “ainda este mês” por se ter sentido “deslegitimado” pela concelhia do PSD. “Não é possível manter-me como a face visível do PSD em Loures, sentindo-me deslegitimado”, disse ao i o autarca, que tem sido o rosto do movimento CHEGA, uma iniciativa para promover um congresso extraordinário para destituir Rui Rio da liderança do PSD.

O advogado acabou por ficar isolado, tanto pelos demais críticos, como pela concelhia do PSD/Loures que considerou, em comunicado, que Rui Rio é o líder eleito democraticamente e, por isso, demarcou-se de qualquer iniciativa de Ventura para provocar um congresso e tentar destronar Rio do cargo. 

O golpe final resultou de uma declaração ao Expresso de Luís Montenegro, antigo líder parlamentar, a defender que Rui Rio “tem o direito de disputar as legislativas de 2019”. Nenhum dos críticos subscreveu a petição do movimento, promovido por Ventura, facto que levou o autarca a fazer um diagnóstico polémico sobre o futuro do PSD. “A história e as bases do PSD não perdoarão a nenhum daqueles que poderiam ter evitado a tragédia eleitoral e não o fizeram, nem os que pensando acima de tudo em si mesmo e nas suas carreiras, deixaram que o partido se transformasse num reduto insignificante e indiferenciado”, declarou Ventura ao i, assegurando que, para já, vai continuar a fazer a recolha de assinaturas do movimento CHEGA. O ainda autarca de Loures não perdoa a quem deveria ter assumido a responsabilidade e a disponibilidade de avançar contra Rui Rio nesta altura. “Decidiram enterrar o machado de guerra e promover uma paz podre e calculista”, defendeu André Ventura, sem nomear os destinatários da crítica.

De facto, nem Miguel Pinto Luz, que não esconde um dia vir a concorrer à liderança, nem Pedro Duarte, antigo líder da JSD, que pretende vir a ser presidente do partido, quiseram ver o seu nome associado a André Ventura. “Estarei do lado da solução, não da confusão”, disse ao SOL, Pedro Duarte. 

André Ventura tem reunido assinaturas não só de militantes como também de simpatizantes do PSD, mas nenhum dirigente distrital se quis atravessar pela proposta, nem mesmo o líder da distrital do PSD/Lisboa, Pedro Pinto. Para garantir a votação de um congresso extraordinário, o autarca teria de ter 2500 militantes ao seu lado.