As andorinhas, os javalis e outros bichos


Na verdade, os olhares de milhões e milhões de pessoas, por todo o mundo, concentraram-se naquela gruta na Tailândia


Esta é uma história com final feliz.

O drama das crianças tailandesas presas numa gruta durante 15 dias e a operação de salvamento que se seguiu foram manchete mundial.

A história tinha todos os condimentos para concentrar a atenção dos média. Envolvia crianças, numa situação insólita, em perigo de vida. Tratava-se de uma equipa de futebol juvenil, com o seu treinador, de que se tinha perdido o paradeiro durante nove dias. Depois seguiu-se toda a operação de resgate, complicadíssima. Os média mundiais não perderam a oportunidade de contar a história, acompanhando-a passo a passo. 

E tudo acabou por correr bem. O grupo foi resgatado e as crianças e o seu treinador estão agora a recuperar no hospital, sendo alvo de todas as atenções.

Uma das muitas manifestações de apoio e solidariedade conhecidas ao longo destes dias foi particularmente marcante pelo seu simbolismo. Trata-se de um desenho enviado por uma artista de Banguecoque, Sisidea de seu nome, que a marinha tailandesa decidiu publicar, como sinal de esperança, numa altura em que tudo ainda era incerto.

No desenho, cada grupo diretamente envolvido no drama está representado por figuras de animais. As crianças são os javalis, os mergulhadores são os sapos, o elefante é o chefe da operação. No ar voa um bando de andorinhas, representando os jornalistas.

Retenho esta imagem. As andorinhas, lá no alto, observando tudo.

Comparar os jornalistas às andorinhas, aves migratórias que, por cá, anunciavam a primavera – não sei se ainda há primavera –, é altamente elogioso.

Foi, sem dúvida, a enorme atenção mediática que este drama concitou que levou até à Tailândia especialistas de várias partes do mundo para ajudar no resgate, sem retirar a importância decisiva ao papel das autoridades locais.

Na verdade, os olhares de milhões e milhões de pessoas, por todo o mundo, concentraram-se naquela gruta na Tailândia.

E foram os jornalistas que levaram as imagens e os relatos do drama. 

Como as andorinhas, anunciaram o drama e a salvação. 

Enquanto decorriam as operações de salvamento na Tailândia, no Japão, perto de uma centena de pessoas morriam, vítimas de tempestades e inundações que atingiram regiões do sul do país.

As notícias foram escassas. As andorinhas concentravam-se noutras paragens.

Jornalista


As andorinhas, os javalis e outros bichos


Na verdade, os olhares de milhões e milhões de pessoas, por todo o mundo, concentraram-se naquela gruta na Tailândia


Esta é uma história com final feliz.

O drama das crianças tailandesas presas numa gruta durante 15 dias e a operação de salvamento que se seguiu foram manchete mundial.

A história tinha todos os condimentos para concentrar a atenção dos média. Envolvia crianças, numa situação insólita, em perigo de vida. Tratava-se de uma equipa de futebol juvenil, com o seu treinador, de que se tinha perdido o paradeiro durante nove dias. Depois seguiu-se toda a operação de resgate, complicadíssima. Os média mundiais não perderam a oportunidade de contar a história, acompanhando-a passo a passo. 

E tudo acabou por correr bem. O grupo foi resgatado e as crianças e o seu treinador estão agora a recuperar no hospital, sendo alvo de todas as atenções.

Uma das muitas manifestações de apoio e solidariedade conhecidas ao longo destes dias foi particularmente marcante pelo seu simbolismo. Trata-se de um desenho enviado por uma artista de Banguecoque, Sisidea de seu nome, que a marinha tailandesa decidiu publicar, como sinal de esperança, numa altura em que tudo ainda era incerto.

No desenho, cada grupo diretamente envolvido no drama está representado por figuras de animais. As crianças são os javalis, os mergulhadores são os sapos, o elefante é o chefe da operação. No ar voa um bando de andorinhas, representando os jornalistas.

Retenho esta imagem. As andorinhas, lá no alto, observando tudo.

Comparar os jornalistas às andorinhas, aves migratórias que, por cá, anunciavam a primavera – não sei se ainda há primavera –, é altamente elogioso.

Foi, sem dúvida, a enorme atenção mediática que este drama concitou que levou até à Tailândia especialistas de várias partes do mundo para ajudar no resgate, sem retirar a importância decisiva ao papel das autoridades locais.

Na verdade, os olhares de milhões e milhões de pessoas, por todo o mundo, concentraram-se naquela gruta na Tailândia.

E foram os jornalistas que levaram as imagens e os relatos do drama. 

Como as andorinhas, anunciaram o drama e a salvação. 

Enquanto decorriam as operações de salvamento na Tailândia, no Japão, perto de uma centena de pessoas morriam, vítimas de tempestades e inundações que atingiram regiões do sul do país.

As notícias foram escassas. As andorinhas concentravam-se noutras paragens.

Jornalista