No caso da sua vida amorosa com o PSD, a história nunca levou ao divórcio, mas já esteve várias vezes a viver fora de casa. Parece que agora se fartou de vez e anunciou que vai sair do partido, deixando no ar que poderá fazer um novo – como chegou a admitir noutros tempos. “A minha intervenção política não se fará mais dentro do PSD. Isso acabou. É uma relação que acabou. Se quiser, olhe, deixámos de viver juntos”, disse na entrevista à revista “Visão”. A sorte de Santana Lopes é que não deve ser viciado no Facebook pois, se tal acontecesse, não será difícil imaginar que o antigo presidente do Sporting – sim, já foi – não pararia de dizer a todo o momento o que lhe ia na alma.
Falando mais a sério, Santana Lopes, se sair do PSD, terá a sua vida política praticamente enterrada, já que não me parece existir espaço para uma nova formação criada por alguém colado ao passado. Mas, apesar disso tudo, Santana é fascinante por ser desconcertante. Às vezes, como é agora o caso, lê-se e não se acredita no que diz, já que o antigo primeiro-ministro não tem travões. Vai contra a corrente, não pensa no futuro e está-se nas tintas para o que os outros pensam.
Claro que, politicamente, isso é desastroso, mas ainda não percebi se Santana está à espera de uma vaga de fundo para reconsiderar e tornar-se, de novo, uma alternativa a Rui Rio, que parece um verdadeiro erro de casting. É que, no PSD, os jovens (alguns) que pareciam ter futuro estão envolvidos numa tramoia judicial de que dificilmente se verão livres… Será que Santana acredita que o PSD não terá futuro e que o melhor é sair enquanto é tempo?
