Os problemas no setor da Saúde não podem ser resolvidos em apenas dois anos, afirmou esta terça-feira o ministro da Saúde.
Adalberto Campos Fernandes, que falava aos jornalista após a apresentação do relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, em Lisboa, diz que os hospitais públicos estão "à beira de um ataque de nervos".
"Os cidadãos sabem que não passámos de dificuldades para o país das maravilhas. Há ainda dificuldades. Mas imagine o que seria em 2012, com menos oito mil profissionais, menos 700 milhões de euros de transferências correntes, menos mil milhões de euros de capital estatutário [de reforço nos hospitais públicos]", afirmou.
O ministro explicou ainda que o Governo está a trabalhar "ao ritmo que o país permite": "Nós gostaríamos de resolver em dois anos os problemas acumulados há oito ou nove anos, mas não conseguimos, é impossível. Estamos a fazê-lo, com prudência", declarou.
Portugal viveu "quatro a cinco anos de privação extrema e humilhante para a soberania nacional", disse Adalberto Campos Fernandes, considerando "insensato" pensar que dois anos chegavam para "repor os défices de investimento que se acumularam" durante vários anos. O ministro revelou ainda que estima-se que sejam necessários entre seis ou sete anos de trabalho nesta área.