A trapalhada na Cultura. Quem está a mentir?


A promessa do primeiro-ministro de elevar a cultura à categoria de Ministério foi, como se tem vindo a provar, uma mera operação de marketing.


O que se está a passar com o subfinanciamento – ou ausência de financiamento – às artes não podia acontecer com um governo PS que existe porque tem o apoio parlamentar do PCP e do Bloco de Esquerda. A promessa do primeiro-ministro de elevar a cultura à categoria de Ministério foi, como se tem vindo a provar, uma mera operação de marketing. O #somostodosCenteno – a palavra de ordem do governo, segundo o ministro da Saúde – também mora aqui. O governo parece não entender aquela frase, que deveria ser matricial entre os socialistas e que um dia foi atribuída a Jorge Sampaio: “Há mais vida para além do défice”. [Sampaio negou ter pronunciado a frase, disse que tinha defendido existir “mais vida para além do Orçamento”]. Tanto a frase que ficou lendária como a frase que foi efetivamente dita parecem esquecidas por estes dias em que um governo apoiado pela esquerda é submisso à absurda ortodoxia europeia. 

A verdade é que quando António Costa viu a maré contra o governo a subir fez o possível para travar uma contestação – informou ter ficado “surpreendido” com os resultado do concurso – e chamando o ministro da Cultura Luís Filipe Castro Mendes e o secretário de Estado Miguel Honrado para uma reunião em São Bento. Acontece que na conferência de imprensa que se seguiu, o secretário de Estado negou existirem quaisquer razões para a “surpresa” de António Costa – afinal, segundo o governante, o primeiro-ministro estava a par de todo o processo. 

Ora, aqui não há duas hipóteses: um dos protagonistas está a mentir. A “surpresa” de Costa bate certo com um rápido anúncio de controle de danos, que em outras ocasiões falhou e com a notícia de que vem aí mais dinheiro para apoiar os agentes culturais. Mas então por que diabo o secretário de Estado co-responsabilizou o primeiro-ministro pelo processo? Alguma coisa aqui não bate certo e, sendo assim, a permanência de Miguel Honrado no governo tornou-se mais difícil.


A trapalhada na Cultura. Quem está a mentir?


A promessa do primeiro-ministro de elevar a cultura à categoria de Ministério foi, como se tem vindo a provar, uma mera operação de marketing.


O que se está a passar com o subfinanciamento – ou ausência de financiamento – às artes não podia acontecer com um governo PS que existe porque tem o apoio parlamentar do PCP e do Bloco de Esquerda. A promessa do primeiro-ministro de elevar a cultura à categoria de Ministério foi, como se tem vindo a provar, uma mera operação de marketing. O #somostodosCenteno – a palavra de ordem do governo, segundo o ministro da Saúde – também mora aqui. O governo parece não entender aquela frase, que deveria ser matricial entre os socialistas e que um dia foi atribuída a Jorge Sampaio: “Há mais vida para além do défice”. [Sampaio negou ter pronunciado a frase, disse que tinha defendido existir “mais vida para além do Orçamento”]. Tanto a frase que ficou lendária como a frase que foi efetivamente dita parecem esquecidas por estes dias em que um governo apoiado pela esquerda é submisso à absurda ortodoxia europeia. 

A verdade é que quando António Costa viu a maré contra o governo a subir fez o possível para travar uma contestação – informou ter ficado “surpreendido” com os resultado do concurso – e chamando o ministro da Cultura Luís Filipe Castro Mendes e o secretário de Estado Miguel Honrado para uma reunião em São Bento. Acontece que na conferência de imprensa que se seguiu, o secretário de Estado negou existirem quaisquer razões para a “surpresa” de António Costa – afinal, segundo o governante, o primeiro-ministro estava a par de todo o processo. 

Ora, aqui não há duas hipóteses: um dos protagonistas está a mentir. A “surpresa” de Costa bate certo com um rápido anúncio de controle de danos, que em outras ocasiões falhou e com a notícia de que vem aí mais dinheiro para apoiar os agentes culturais. Mas então por que diabo o secretário de Estado co-responsabilizou o primeiro-ministro pelo processo? Alguma coisa aqui não bate certo e, sendo assim, a permanência de Miguel Honrado no governo tornou-se mais difícil.