As vacinas voltarão a ser obrigatórias?


A história não é nada pacífica, mas os últimos acontecimentos fazem-nos questionar se podemos permitir que os outros façam o que bem entendem, atendendo a que com isso estão a prejudicar aqueles que não foram chamados para a questão em causa. 


Indo diretamente ao assunto, o último surto de sarampo leva-nos a equacionar se os pais que optam por não vacinar os seus filhos não estão a colocar os dos outros em perigo. Nos últimos anos, nos países mais desenvolvidos criou-se uma tendência de criar as crianças sem as submeter a vacinas ou a medicamentos convencionais. O problema é que, com essa “moda”, doenças que estavam erradicadas voltaram aos países ditos de-senvolvidos.

Tenho sobre esta matéria mais interrogações do que certezas, pois conheço alguns pais que seguiram a linha “limpa” de vacinas e os filhos sempre foram saudáveis. Mas, como disse, os últimos casos de surto de sarampo e de outros fazem-me pensar se, no futuro, essa filosofia de vida não irá prejudicar os outros. Sempre odiei vacinas, mas há uns anos vi-me obrigado a ir tomar duas, pois sem o boletim de saúde em ordem não poderia entrar em países africanos.

Recordo-me que uma das vezes que me esqueci do maldito boletim foram uns dólares que voaram para a mão do polícia-médico que me livraram de ir a um hospital público levar a vacina da febre amarela e outra que não recordo. Dito isto, os países menos desenvolvidos são aconselhados a vacinarem as suas crianças e no berço da civilização assistimos ao contrário. E não são seguramente as classes mais desprotegidas que seguem esta forma de vida.

São as classes mais altas ou mais instruídas que lançaram esta moda. Onde iremos parar? Imaginemos que outros surtos de doenças dadas como desaparecidas regressam em força, como a história do sarampo reapareceu em França, Grã-Bretanha, Alemanha ou Grécia. Penso que um longo debate com vários especialistas, defendendo as duas correntes, seria um belo serviço prestado ao país.