Os antigos donos disto tudo já sabem ao que vão…


Confesso que fiquei perplexo com alguns comentários que ouvi depois de ser conhecida a acusação da Operação Marquês, já que muitas dessas figuras falantes, num passado recente, defenderam os acusados até ao fim, elegendo o Ministério Público como o responsável de uma cabala contra José Sócrates, Armando Vara, Ricardo Salgado, Zeinal Bava ou Henrique Granadeiro.


Aqueles que durante anos beneficiaram das “ajudas de custo” dos principais arguidos são agora os maiores acusadores. Um pouco de recato não fazia mal a ninguém. Durante anos, o “SOL”, o i e mais dois ou três meios de comunicação social lutaram pela divulgação dos factos de que eram acusados os 28 arguidos, entre pessoas e empresas. Sócrates, é bom que se recorde, viu um procurador-geral da República e um presidente do Supremo Tribunal de Justiça mandarem queimar escutas que outros magistrados entendiam serem bastante reveladoras do polvo supostamente liderado pelo antigo primeiro-ministro.

Por tudo isso, quem vai sentar-se no banco dos réus não são apenas os arguidos, são também aqueles que pactuaram com a prepotência dos antigos donos disto tudo. Recordo-me de nos olharem de lado, quase como se tivéssemos lepra, por semana após semana revelarmos algo mais da Operação Marquês, como o fizéramos na Face Oculta ou no Monte Branco. Éramos uns “ressabiados” que não percebíamos a grandeza dos TGV, dos parques escolares, das PT, das Ongoings, de Vales do Lobo e afins. Fizemos manchetes atrás de manchetes, sendo acusados de estar obcecados com José Sócrates, quando quiseram comprar-nos para nos fechar. Mas isso pouco importa para aqui. O que interessa dizer é que o Ministério Público pôde fazer o seu trabalho, ignorando os ataques de que foi alvo e contando, obviamente, com uma procuradora-geral da República que não se vergou a nenhum poder. E isso é que é o grande sinal da democracia. Quanto aos arguidos, terão agora a possibilidade de dizerem de sua justiça. 
 


Os antigos donos disto tudo já sabem ao que vão…


Confesso que fiquei perplexo com alguns comentários que ouvi depois de ser conhecida a acusação da Operação Marquês, já que muitas dessas figuras falantes, num passado recente, defenderam os acusados até ao fim, elegendo o Ministério Público como o responsável de uma cabala contra José Sócrates, Armando Vara, Ricardo Salgado, Zeinal Bava ou Henrique Granadeiro.


Aqueles que durante anos beneficiaram das “ajudas de custo” dos principais arguidos são agora os maiores acusadores. Um pouco de recato não fazia mal a ninguém. Durante anos, o “SOL”, o i e mais dois ou três meios de comunicação social lutaram pela divulgação dos factos de que eram acusados os 28 arguidos, entre pessoas e empresas. Sócrates, é bom que se recorde, viu um procurador-geral da República e um presidente do Supremo Tribunal de Justiça mandarem queimar escutas que outros magistrados entendiam serem bastante reveladoras do polvo supostamente liderado pelo antigo primeiro-ministro.

Por tudo isso, quem vai sentar-se no banco dos réus não são apenas os arguidos, são também aqueles que pactuaram com a prepotência dos antigos donos disto tudo. Recordo-me de nos olharem de lado, quase como se tivéssemos lepra, por semana após semana revelarmos algo mais da Operação Marquês, como o fizéramos na Face Oculta ou no Monte Branco. Éramos uns “ressabiados” que não percebíamos a grandeza dos TGV, dos parques escolares, das PT, das Ongoings, de Vales do Lobo e afins. Fizemos manchetes atrás de manchetes, sendo acusados de estar obcecados com José Sócrates, quando quiseram comprar-nos para nos fechar. Mas isso pouco importa para aqui. O que interessa dizer é que o Ministério Público pôde fazer o seu trabalho, ignorando os ataques de que foi alvo e contando, obviamente, com uma procuradora-geral da República que não se vergou a nenhum poder. E isso é que é o grande sinal da democracia. Quanto aos arguidos, terão agora a possibilidade de dizerem de sua justiça.