E Comey pariu um bufo


O ex-diretor do FBI foi ouvido no Senado e o resultado está à vista. Deixou os democratas e os jornalistas amigos desesperados e deu razão a Trump que o despediu como uma criada


A excitação era muito. Foram dias de dias de grande azáfama nas redações dos jornais e televisões amigas dos democratas, do sistema, do politicamente correto, da podridão imensa que tomou conta da política norte-americana até chegar à Casa Branca um homem que não precisou da comunicação social para ganhar com estrondo as presidenciais de novembro. Mais do que isso, venceu apesar de ter contra ele mais de 99% da comunicação social do seu país.

A excitação aumentava de hora para hora e estendia-se aos jornalistas amigos do sistema deste lado do Atlântico, que em matéria de Estados Unidos repetem como verdadeiros imbecis tudo o que se publica e diz do lado de lá do Atlântico. Sem contraditórios, sem fontes alternativas, sem sentido crítico, são idiotas que copiam tudo o que aparece na comunicação social norte-americana contra Trump.

A razão de tantos gritinhos excitados prendia-se com a ida ao Senado do senhor James Comey, diretor do FBI nomeado em 2013 por Obama que o presidente dos Estados Unidos despediu como uma criada mal comportada há um mês.

A razão de tanta excitação eram umas tantas fugas de informação sobre memorandos das conversas de Comey com Trump elaborados pelo diretor do FBI. Fugas diárias que alimentaram a tese de obstrução à justiça, um crime que poderia levar à destituição de Trump.

O romance foi subindo de intensidade, com as tais fontes muito seguras da imprensa a darem pormenores picantes sobre as conversas entre Trump e Comey, notícias logo acompanhadas de extensas análises de especialistas em fake news, ainda desesperados com a derrota eleitoral e mais desesperados ainda com os bons resultados da economia americana que a imprensa derrotada do politicamente correto, a imprensa feita de mentiras escritas por mentirosos trata de esconder o mais possível.

A histeria chegou ao ponto de irem ouvir o papá de Comey, com certeza uma fonte importante e isenta, que confessou aos jornalistas comovidos que o filhinho tinha muito medo de Trump.

No dia da audição, 8 de junho, estava tudo em suspenso, até os mercados. O ridículo chegou ao ponto dos medias lhe chamarem o “Superbowl de Washington”. Os bares abriram mais cedo para ouvir o depoimento de James Comey sobre o seu afastamento do FBI e a forma como diz que Trump tentou condicionar a investigação à interferência russa nas eleições norte-americanas. E foram criativos na oferta: havia “vodka russo” a cinco dólares (4,44 euros), cocktails de “impeachmint” e até happy hours que dependiam da atividade presidencial no Twitter. Por cada tweet, uma bebida grátis.

O circo, como vê, estava todo montado com os muitos palhaços ansiosos com o depoimento de Comey. No final, o ex-diretor do FBI despedido como uma criada acabou por parir um estendal de bufaria e denunciar o que já se sabia: a fonte das fake news era o senhor e uns amigos feitos com vários jornalistas que o senhor Comey denunciou no Senado. Afinal nunca houve obstrução de coisa nenhuma e muito menos na caça às bruxas lançada pelos democratas e os palhaços amigos dos media sobre a interferência russa nas eleições. E o despedido Comey, embrulhado nas suas mentiras e bufarias, lá acabou por confessar que nenhum russo votou nas presidenciais e que os votos em Trump foram mesmo votos de americanos, como os votos em Clinton foram mesmo de americanos. Acabado o circo, com os palhaços bêbados de ressaca de mais uma jornada vergonhosa da política e do jornalismo, talvez tenha chegado a hora de Hollywood voltar a produzir o filme “Vêm aí os russos”, uma história hilariante que metia um submarino russo a atracar na costa de Nova Inglaterra, o pânico instalado na terra e a Terceira Guerra Mundial à vista.

Acabado o circo, com os palhaços da política e do jornalismo ainda de ressaca depois de Comey ter parido um bufo, Trump vai continuar a governar e a cumprir o seu programa eleitoral. Dentro e fora dos Estados Unidos. Habituem-se.

 

Jornalista