Aumento das horas extra para todos os médicos ainda está dependente das Finanças

Aumento das horas extra para todos os médicos ainda está dependente das Finanças


Reunião desta tarde entre tutela e sindicatos trouxe novidades. Mas, segundo o i apurou, dossiê ainda não está fechado


A reposição de parte do corte no pagamento das horas extra para todos os profissionais de saúde e não apenas para aqueles que trabalham em serviços de urgência e que estejam escalados em presença física ainda está dependente do aval das Finanças. A agência Lusa avançou esta tarde, citando o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, que o governo se comprometeu com os sindicatos médicos a repor 25% das horas extra a partir de abril a todos os profissionais de saúde. Segundo o i apurou, o dossiê que nos últimos dias levou os sindicatos médicos e a Ordem a reunir-se de emergência e a admitir uma greve nacional ainda não está fechado.

Recorde-se que o pagamento das horas extra na função pública está sujeito a um corte de 50%. Este ano a lei do orçamento do Estado abriu uma exceção para as empresas públicas e o decreto-lei orçamental, publicado no início deste mês, criou um regime especial para os profissionais de saúde que trabalhem em urgências da Rede de Urgência/Emergência, bem como nas unidades de cuidados intensivos, em ambos os casos em presença física.

Estes retomariam 25% do corte já em abril e reposição integral do pagamento era apontada para o segundo semestre, sujeito a negociação com os sindicatos.

Os médicos e enfermeiros contestaram desde a primeira hora a "discriminação". Os representantes dos médicos reuniram-se duas vezes na semana passada e ameaçaram recorrer a Marcelo, pedir a fiscalização da constitucionalidade da medida e convocar uma greve nacional, caso não houvesse recuo por parte da tutela a curto prazo. Também os enfermeiros contestam a medida e hoje anunciaram uma greve para 30 e 31 de março. Dia 22 terão uma reunião com a tutela.

A reunião dos sindicatos médicos com o governo aconteceu esta tarde. 

Segundo o i apurou, a tutela fez saber que está a ser negociada com as Finanças a reposição de 75% do valor (mais 25% do que atualmente) para todos os profissionais de saúde, sejam médicos, enfermeiros ou técnicos. Com luz verde das Finanças, a reposição do pagamento acontecerá em abril. Com este alargamento dos profissionais de saúde beneficiados, a reposição a 100% do pagamento das horas extra ficaria apontada para 2018.