Síndrome da Banda Iliotibial – pelo especialista running em fisioterapia*


A Síndrome da Banda Iliotibial, é uma das principais causas de dor lateral do joelho nos corredores de longas distâncias. Trata-se de um conjunto de sinais e sintomas ao nível da Banda Iliotibial, estrutura fibrosa que corresponde ao tendão que surge dos músculos grande glúteo e tensor da fáscia lata e insere-se  na parte externa…


A Síndrome da Banda Iliotibial, é uma das principais causas de dor lateral do joelho nos corredores de longas distâncias. Trata-se de um conjunto de sinais e sintomas ao nível da Banda Iliotibial, estrutura fibrosa que corresponde ao tendão que surge dos músculos grande glúteo e tensor da fáscia lata e insere-se  na parte externa da tíbia, numa região óssea designada por tubérculo de Gerdy.  É uma lesão de sobrecarga, ou esforço, provocada por múltiplos movimentos repetidos, particularmente no movimento flexão/extensão a mais dos 30º. Essa fricção contra o côndilo lateral do fémur leva à inflamação ou irritação da porção distal da Banda.

Podem haver várias causas para o aparecimento dos sintomas nomeadamente o encurtamento muscular e/ou fraqueza muscular. Alterações anatómicas estruturais como diferenças de comprimento dos membros inferiores, joelho varo (pernas arqueadas) e pronação excessiva do pé (pé plano) podem ser também causas intrínsecas. Causas extrínsecas como o uso de calçado inadequado, alterações bruscas do treino (intensidade e velocidade) e alterações das superfícies de treino (piso plano/inclinado; liso/irregular) podem levar também ao aparecimento dos sintomas.

Geralmente os sintomas  são sentidos no compartimento externo do joelho, podendo estender-se ao longo da face externa da coxa, que agravam com a actividade. Em situações mais severas, obriga mesmo à paragem  total da actividade desportiva. Em situações mais avançadas, ou crónicas, a dor pode permanecer após a paragem do treino e em actividades como subir e descer escadas ou na posição de sentado após longos períodos. Pode haver, em alguns casos, sensações de crepitação (estalos).

Quando surgem os sintomas desta síndrome, deve iniciar um período de repouso da actividade desportiva, ou pelo menos suspender a corrida. Deve ser realizado um programa de exercícios que visa o fortalecimento e o alongamento de músculos específicos e relevantes, para melhorar a dinânica muscular. A auto-massagem, pode também ajudar a alivair os sintomas.

Poderão ser necessárias algumas correcções posturais, através do uso de palmilhas e técnicas específicas de Cinesioterapia. A aplicação de gelo e/ou alguns agentes físicos, visam a diminuição dos sintomas. Só em situações extremas poderá haver necessidade de intervenção cirúrgica.

Aconselha-se a consulta com o seu Fisioterapeuta, para que seja feita uma avaliação específica da postura, do padrão de corrida e do comportamento biomecânico do pé, para evitar que surjam situações como esta.

*Francisco Almeida e Silva – Especialista i Running em Fisioterapia e fisioterapeuta da selecção nacional de atletismo, entre 2001 e 2013
Dúvidas e outras questões através de franciscosilva@physion.com.pt