Chipre. A terra do primeiro animal de estimação


A pequena ilha que balouça na encruzilhada entre Europa, África e o Médio Oriente foi, ao longo dos séculos, invadida e governada por várias nações diferentes antes de ser integrada no Império Britânico. Só em 1960 nascia finalmente a República de Chipre. Celebrada como “o recreio dos deuses”, as temperaturas amenas que se registam ali…


A pequena ilha que balouça na encruzilhada entre Europa, África e o Médio Oriente foi, ao longo dos séculos, invadida e governada por várias nações diferentes antes de ser integrada no Império Britânico. Só em 1960 nascia finalmente a República de Chipre. Celebrada como “o recreio dos deuses”, as temperaturas amenas que se registam ali todo o ano e a abundância com que o deus Sol a brinda, generoso até nos meses de Inverno, deve ser uma das razões que levam os cipriotas a convencerem-se da imortalidade e têm de facto uma das esperanças de vida mais elevadas do mundo. Gozam ainda de um dos mais baixos custos de vida da Europa e de taxas de criminalidade baixíssimas, cerca de um
sexto da média europeia

Ilha dividida Embora a população de cipriotas gregos seja largamente superior à de cipriotas turcos, uma invasão por tropas turcas levou à separação das duas comunidades. Por essa razão, os gregos vivem na região sul de Chipre e os turcos na Norte. A capital, Nicósia, é hoje a única capital do mundo dividida entre duas “nações” – a República de Chipre (Sul) e, no terço restante da ilha, a República do Norte de Chipre, um país que nunca foi reconhecido pela ONU e resulta da ocupação turca em 1974.

Praias e neve Graças aos climas subtropicais, o Verão de Chipre prolonga-se por oito meses, de Abril a Novembro, com as temperaturas médias a rondarem os 24 graus. Com poucas chuvas, todos os anos os cipriotas gozam cerca de 340 dias de sol. A ilha tem as suas montanhas cobertas de neve até ao fim da Primavera, altura em que é possível esquiar pela manhã e ir descansar na praia durante a tarde. E as praias de Chipre são de tal forma deslumbrantes que constituem uma marca registada do país.

Ilha do amor  Segundo reza a lenda, Chipre foi o berço da deusa grega do amor, Afrodite, mas o romance não fica por aqui: a ilha foi um presente do imperador romano Marco António a Cleópatra. Aparentemente, a deslumbrante rainha egípcia usou plantas nativas para fazer o exótico perfume que a ajudou a conquistar a eternidade. Segundo um outro mito, o rei britânico Ricardo Coração de Leão deixou as cruzadas por um ano e viveu na ilha depois de se apaixonar por uma beldade local.

Riqueza Chipre já foi um dos países mais ricos do mundo – durante a Idade do Cobre e do Bronze, quando os recursos naturais da ilha rica em cobre eram exportados. O nome de Chipre deriva provavelmente da palavra grega kypros – cobre. Além do cobre, os recursos naturais da ilha incluem pirites (mineral), gesso, amianto, madeira, sal, pigmento de argila e mármore. A ilha é um dos países mais desenvolvidos do mundo em telecomunicações e está em terceiro lugar no que diz respeito a avanço tecnológico.

Gatos e vinho  Em 2004, arqueólogos encontraram os restos de uma pessoa enterrada com um gato na ilha. A sepultura datava de há 9500 anos, o que torna aquele gato o primeiro animal de estimação de que há registo. Segundo a lenda, Helena, mãe do imperador Constantino, começou a trazer gatos para Chipre para lidar com a população de cobras que ali abundava. As vinhas cipriotas são também dignas de registo: além do óptimo vinho que produzem crê-se que são as mais antigas do mundo a produzir vinho continuamente.