Hilarious. Desempregado do mês, Hilário regressa ao Chelsea


Interessante, a vida profissional de Hilário. Guarda-redes do FC Porto dos infantis (1987/88) aos juniores (93/94), é emprestado à Naval no primeiro ano como sénior (94/95) e depois à Académica (95/96), antes de regressar à base. Nas Antas é o suplente (Silvino) do suplente (Eriksson) de Wozniak em 96/97. É coisa para não jogar nunca,…


Interessante, a vida profissional de Hilário. Guarda-redes do FC Porto dos infantis (1987/88) aos juniores (93/94), é emprestado à Naval no primeiro ano como sénior (94/95) e depois à Académica (95/96), antes de regressar à base.

Nas Antas é o suplente (Silvino) do suplente (Eriksson) de Wozniak em 96/97. É coisa para não jogar nunca, passe o pleonasmo. Acontece que o treinador é António Oliveira e… passamos a palavra a Wozniak.

“Portugal é o melhor sítio do mundo. Fui muito feliz no Porto, só tive pena de não jogar mais vezes mas suceder a um herói como o Vítor Baía era impossível. Era o titular da selecção polaca quando cheguei ao FC Porto. Comecei como titular, fiz vários jogos bons e tínhamos a defesa menos batida do campeonato, mas fiz dois jogos pela selecção e quando voltei o Oliveira deu a titularidade ao Hilário. Ele era um menino sem experiência e jogou em casa do Sporting. Ninguém queria acreditar. Esteve muito bem, o FC Porto ganhou e eu perdi o lugar.”

É isso aí, a vida de Hilário faz clique e muda para a sempre. É dia 12 de Outubro de 1996, o Sporting joga com De Wilde; Gil Baiano, Oceano, Marco Aurélio e Pedrosa; Pedro Barbosa, Pedro Martins, Hadji e Amunike; Sá Pinto e Dominguez. O FC Porto surpreende com Hilário; Paulinho Santos, Jorge Costa, Barroso, Aloísio e Fernando Mendes; Sérgio Conceição, Rui Jorge e Zahovic; Artur e Edmilson. É este último o autor do golo solitário, aos 26 minutos. O Porto ganha e Hilário sobe a titular.

Ano e meio depois, com o regresso de Baía, a vida de Hilário perde encanto. Seguem-se passagens por Estrela da Amadora (98/99), Varzim (01/02), Académica (02/03) e Nacional (04-06). No Verão de 2006, o guarda-redes surpreende-nos, novamente. O Chelsea de Mourinho anuncia-o como reforço, alternativa ao italiano Carlo Cudicini, suplente do checo Petr Cech. Por obra do destino, os dois lesionam-se no mesmo jogo, contra o Reading, em Outubro (outra vez este mês). Estreia-se então com o Barcelona, em Stamford Bridge: 1-0 para o Chelsea, golo de Drogba (no mesmo dia, Sporting 0-1 Bayern por Schweinsteiger).

Começa aqui uma aventura sem fim à vista. Tudo porque Hilário, de 37 anos de idade, acaba de assinar pelo Chelsea por mais um ano. Agora como suplente (Blackman, 19 anos) do suplente (Schwarzer, 40) de Cech (31).

Dispensado em Junho, no final do contrato, como o lateral-direito Paulo Ferreira (entretanto nomeado treinador das camadas jovens do Chelsea), Hilário passa o mês de Julho como desempregado. No primeiro dia de Agosto assina contrato e aí vai ele para o estágio nos EUA, ao lado dos outros portugueses da equipa técnica: Mourinho, Rui Faria, Silvino e José Morais. “Estou muito orgulhoso por fazer parte desta grande equipa e ansioso por voltar a trabalhar com José Mourinho”, justifica Hilário, que não joga desde 27 de Agosto de 2011, quando o Chelsea ganha 3-1 em casa ao Norwich, com 1-0 de Bosingwa.

Ao todo, entre 2006 e 2012, Hilário faz 39 jogos pelos londrinos (cinco como suplente utilizado) e sofre 37 golos. Ganha um campeonato inglês, quatro Taças de Inglaterra, uma Taça da Liga e uma Supertaça inglesas. “Culpa” de Oliveira e daquele 1-0 em Alvalade.